Clínica Geral

Poliomielite: vacina mantém país longe da doença

Por Redação Doutíssima 18/11/2014

Se existe um feito em que o Brasil merece destaque é a vacina contra a paralisia infantil, também conhecida como poliomielite. Epidemias eram comuns em todas as regiões do país, mas principalmente nas capitais, onde sempre houve o maior número de pessoas vivendo.

Esse cenário só foi modificado no final da década de 1980, quando uma campanha nacional de vacinação e um plano de marketing eficaz contribuíram para aquilo que seria o início da erradicação de uma das doenças mais devastadoras em terras brasileiras.

poliomielite

Casos de pólio foram erradicados no Brasil após campanhas. Foto: Wilson Dias, Agência Brasil

Vacina contra poliomielite surgiu na década de 50

Isso só foi possível, no entanto, por alguns motivos hoje bem claros. O primeiro deles, e o mais óbvio, foi a descoberta de uma vacina que fosse eficaz no combate à poliomielite. Desde meados de 1950, o país já vinha usando a vacina Salk contra a doença, mas não havia conquistado resultados efetivos.

Um dos maiores surtos da doença se deu no final da mesma década, na cidade do Rio de Janeiro. Uma das explicações é que esta imunização usava o vírus morto, por via injetável, além da vacinação em massa não fazer parte dos planos de saúde pública do país.

Em 1962 essa história começou a mudar. O desenvolvimento da vacina Sabin mudou radicalmente as estratégias de saúde. Por ser uma doença de contágio através de secreções ou fezes contaminadas, a imunização contra a poliomielite precisaria também ter contato com água.

Isso foi possível a partir do momento que resíduos da Sabin, feita a partir do vírus vivo atenuado e introduzida de forma oral, fossem expelidos junto com as fezes, podendo criar imunidade naquelas pessoas que tivessem contato com água.

Chega a ser estranho pensar que a água contaminada pelo vírus fosse capaz de prevenir uma doença tão séria quanto a poliomielite, mas acredite, foi assim que aconteceu.

Campanha contra poliomielite começou em 1986

Em 1986, o Ministério da Saúde (MS), que já vinha desde o final de 1970 desenvolvido uma campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, criou a mais eficaz ação pública para imunização do país – reconhecida, inclusive, por órgãos internacionais.

Além de direcionar a vacina para crianças de zero a cinco anos e cobrar dos municípios resultados pela vacinação dos pequenos, o MS deixou mais atraente a campanha para as crianças ao criar um mascote: o Zé Gotinha – a escolha do nome Zé Gotinha foi feita através de um concurso público realizado em todas as escolas do país.

Este ano, a 35ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite segue até o dia 28 de novembro. A intenção do MS é vacinar 11 milhões de crianças de zero a quatro anos em todos os municípios do país. O cumprimento desta meta é vital para que o país siga afastado desta doença, que causa a paralisia dos músculos e pode até levar à morte.

É sempre importante lembrar que a pólio não foi erradicada em todo o mundo. África, América Central e alguns países da Ásia lutam para conseguir eliminar a doença. A intenção da Organização Mundial da Saúde é que até 2020 todos os países já tenham conseguido erradicar a poliomielite.

 

 

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