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Cesárea é o tipo de parto mais realizado no país. Saiba mais!

Por Redação Doutíssima 24/11/2014

O Brasil é recordista de cirurgias cesarianas no mundo, sendo que 52% dos bebês nascidos aqui são filhos de mulheres que se submeteram à cesárea.

Em média, um milhão de mães recorrem ao procedimento sem indicação médica, o que preocupa a Organização Mundial da Saúde (OMS), que apenas recomenda essa cirurgia em casos de necessidade específica. Segundo essa entidade, apenas um máximo de 15% dos partos deveriam ser realizados através do modo cirúrgico.

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Parto realizado cirurgicamente é utilizado por muitas mães no país. Foto: iStock, Getty Images

Em instituições privadas de saúde, o percentual de cesárea passa para 88%. Até mesmo adolescentes preferem passar pela cirurgia ao invés de dar à luz do modo convencional. São 42% das meninas com menos de 18 anos que escolhem a cesariana.

O fato vem preocupando médicos e profissionais da saúde, já que existem riscos tanto para a mãe quanto para o bebê durante o parto feito por cirurgia, além de aumentarem os gastos com os cuidados na saúde.

Cesárea pode gerar complicações futuras

Cerca de 35% das crianças que nascem através de cesárea no Brasil estavam entre a 37ª e a 38ª semana de gestação. Mesmo não sendo consideradas prematuras pela OMS, elas ainda não estavam com o peso e desenvolvimento ideal, alcançado plenamente a partir da 39ª semana.

Isso leva ao nascimento de bebês no limite da prematuridade, com data marcada para o parto devido à falta de informações por parte dos pais ou incentivo médico.

É comum que os bebês nascidos através da cirurgia cesariana tenham alta do hospital sem complicações de saúde. Entretanto, estudos mostram que as crianças nascidas antes das 39 semanas de gestação são internadas com maior frequência em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) logo nos primeiros dias de vida, podendo ter complicações que levam à morte.

Quando retirados do útero antes da hora, os pulmões podem não estar bem preparados para abrir, a pele não está pronta para se adaptar à pressão da atmosfera e a tolerância à luz e barulho é menor.

Hospitais brasileiros se preocupam

Alguns centros de saúde no Brasil já estão tomando medidas para incentivar o parto normal. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vem fechando convênios que visam oferecer às gestantes uma avaliação minuciosa para identificar o tipo de parto mais adequado para elas.

Essa ação tem interesse em reduzir os partos cesarianos e treinar os médicos para diagnosticarem amplamente as condições de cada paciente, oferecendo segurança na escolha do parto vaginal ou através de cirurgia.

Parto normal tem vantagens sobre a cesárea

A cesárea só é recomendada quando há risco de vida para a mãe, o bebê ou os dois. Casos de hipertensão, falta de dilatação, desproporcionalidade entre o corpo da mãe e do bebê, descolamento da placenta e outras situações que possam causar algum tipo de complicação.

O parto normal, além de ser mais seguro e saudável, permite uma recuperação mais rápida e aleitamento regular. Durante a gestação, o corpo se prepara para o nascimento.

O organismo se adapta à nova vida que vem crescendo, os hormônios necessários são produzidos e os ossos vão se flexibilizando para conceber a criança. Dessa forma, o parto normal é direito das mães, que só devem realizar a cesárea quando realmente necessária.

 

 

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