Clínica Geral

Leishmaniose visceral é contagiosa? Descubra mais sobre a doença

Por Redação Doutíssima 17/12/2014

Existem doenças transmitidas por animais que foram causadoras de milhares de morte no passado. A falta de saneamento básico e as péssimas condições das cidades eram os grandes condutores de epidemias devastadoras. Uma delas é a leishmaniose visceral, que tem na fêmea do mosquito-palha, ou birigui, o agente transmissor da doença.

 

Mas, esta doença é um dos exemplos de patologias que, por mais que não sejam tão faladas atualmente, ainda representam grande risco de contágio e são fantasmas para a saúde pública.

 

Também conhecida como calazar, a leishmaniose visceral é transmitida através do mosquito infectado, mas os hospedeiros do protozoário Leishmdo mosquania chagasi podem ser os mais variados.

 

leishmaniose visceral

Doença provoca sintomas como febre alta e complicações respiratórias. Foto: iStock, Getty Images

 

Leishmaniose visceral e cachorros

 

Raposas, roedores, tamanduás, preguiças e equídeos podem parecer distante do homem, assim como a doença. Os cachorros, no entanto, são os principais hospedeiros deste protozoário. E o melhor amigo do homem acaba se tornando o vilão.

 

Mesmo os cães não sendo os transmissores da leishmaniose visceral, eles são vetores em potencial devido a estarem presentes em grande número nos centros urbanos. É importante salientar que a doença não é contagiosa de pessoa para pessoa, nem de animal para pessoa, nem de animal para animal.

 

Apenas a fêmea infectada do mosquito-palha é capaz de transmitir a doença tanto para o homem quanto para os animais.

 

Você pode pensar que não há mosquito-palha nas cidades, mas esse é um mito tremendo. Eles são facilmente encontrados nos centros urbanos, pois gostam de lugares úmidos e material orgânico, ambos abundantes nas cidades, principalmente, em zonas mais pobres.

 

Sintomas da leishmaniose visceral

 

O período de incubação da leishmaniose visceral pode variar de 2 a 4 meses, mas também pode ser de 10 dias a 24 meses. Os sintomas da doença são preocupantes.

 

Entre os principais estão febre ininterrupta por semanas, fraqueza muscular, falta de apetite, emagrecimento, problemas respiratórios, anemia, aumento do baço e do fígado, palidez, comprometimento da medula óssea, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos.

 

Quanto mais cedo for o diagnóstico da leishmaniose visceral melhor para o paciente que consegue reduzir o número de sintomas e mesmo as chances de morte.

 

No entanto, o diagnóstico precoce é dificultado devido aos sintomas serem frequentemente confundidos com os de outras doenças, como por exemplo, esquistossomose, malária, febre tifoide e doença de Chagas.

 

Os médicos levam em consideração as manifestações clínicas e também pedem testes sorológicos e punção da medula óssea que ajuda a detectar a presença do parasita e de anticorpos no local.

 

Tratamento

 

Não há vacina para a doença, por isso o tratamento só pode ser feito após a infecção. Os antimoniais pentavalentes são as drogas mais usadas, mesmo causando efeitos colaterais adversos. Outros medicamentos, como a miltefosina e a anfotericina B, também são usados, mas o alto custo é um empecilho.

 

Logo no início do tratamento medicamentoso já é observado a redução dos sintomas, que podem regredir a zero evidenciando a cura do paciente. No entanto, pode acontecer de a doença voltar a se manifestar seis meses após a conclusão do tratamento. A leishmaniose visceral pode ser curada no homem, mas não nos animais.

 

 

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