Amor e Sexo

Pornovingança: o que fazer quando suas fotos íntimas caem na rede

Por Redação Doutíssima 24/02/2015

O fenômeno já tem nome: revenge porn, ou pornovingança. Não sabe o que é? Bom, mas você deve lembrar da jovem Fran Santos, 19 anos, de Goiânia. Ela chegou a virar meme nas redes depois que seu vídeo transando com o ex se propagou pela web. A divulgação foi feita pelo próprio ex.

A estudante foi virtualmente humilhada por milhares de pessoas, e ao mesmo tempo, defendida por mais de 40 mil na sua página do Facebook “Apoio Fran”, que passou a ser um espaço para debates sobre este tipo de situação.

pornovingança

Quando a confiança é quebrada, medidas judiciais devem ser tomadas. Foto: iSTock, Getty Images

Pornovingança escancara a intimidade

Com o passar do tempo, cada vez mais mulheres têm tido a intimidade escancarada por ex-namorados inconformados com o fim da relação. Conforme especialistas, a pornovingança surge da raiva e da dor, e nestes casos, o que aquele que se vinga quer é recuperar a autoestima por meio do sofrimento daquele que o abandonou.

Em tempos de smartphones, namoros à distância, sexting, o risco de ter as imagens caindo na rede é grande, especialmente se a ação vem de alguém que nos conhece muito bem e em quem temos plena confiança. Mas, já não é de hoje que se diz que a separação mostra quem o outro é de verdade e do que é capaz.

O golpe baixo da pornovingança, como arma para denegrir a imagem da mulher e ainda sair como pegador, é o recado básico daqueles que não têm competência seja para manter um relacionamento, seja para encarar o fim de uma história.

 

O lamentável desta história é que, por mais que as imagens do homem apareçam nítidas nas gravações, será sempre a mulher que vai ser apontada em nome da vulgaridade.

É como se o processo histórico de direito ao orgasmo, liberdade para ter e realizar fantasias, e ser mais ousadas nas relações, fosse uma evolução não reconhecida. A pornovingança é voltar no tempo e regredir o dobro daquilo que já foi conquistado.


Ao ser “chamada de vagabunda” nas redes sociais, a mulher é apedrejada virtualmente e colocada em uma posição de culpada, não só pelo ato em si, mas por ter confiado na pessoa errada.

A partir daí, segundo especialistas, o dano emocional se compara ao de um crime sexual e a pornovingança passa a ser uma espécie de estupro virtual, com direito a traumas, perda de autoestima e confiança.

No Brasil, ainda não há uma legislação específica para a violação de intimidade. A Lei Maria da Penha, não trata de crimes virtuais. Mas uma proposta apresentada no Congresso, apelidada de Lei Maria da Penha Virtual, trata da divulgação indevida de material íntimo como violência doméstica.

Se você for vítima da pornovingança

Se você for vítima de pornovingança, precisa ter bastante frieza para resolver o problema. Comece não apagando de imediato. Se fizer isso, você vai adulterar a cena do crime, tornando mais difícil o rastreamento do criminoso.

Também é aconselhável o registro de ocorrência na Delegacia de Polícia e a contratação, o mais breve possível, de um profissional para o rastreamento das mensagens e a remoção do conteúdo. Na primeira semana, as chances de eliminação do material são de 70%. Depois de um mês, caem para menos de 50%.

Paralelamente, contrate um advogado e entre na Justiça, mesmo sabendo que as chances de vitória são medianas e a possível pena, pequena.

 

 

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