Saúde Mental

Tanorexia: entenda os riscos do vício de se bronzear

Por Redação Doutíssima 11/03/2015

Você já ouviu falar em tanorexia?Esse é um termo usado para descrever a obsessão de uma pessoa em se bronzear ou como é chamado popularmente, ficar estilo cenoura, de tão laranja que a pele fica.

A tanorexia é um transtorno piscológico no qual a pessoa perde o controle sobre sua capacidade de compreender que sol de mais faz mal. Mulheres são mais acometidas pelo problema do que os homens. As italianas são as mais tanoréxicas no mundo.

bronzeado

Ficar bronzeado pode se tornar uma obsessão e causar transtornos depressivos. Foto: Shutterstock

Sintomas da tanorexia

 

Uma pessoa que adora ficar no sol, necessariamente, não sofre da obsessão. Esse transtorno tem sintomas bem característicos que vão além da vontade, mas que ultrapassam a necessidade de exposição solar.

De acordo com a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Carla Albuquerque, a pessoa perde o controle e passa a ficar longos períodos em exposição ao sol e em câmaras de bronzeamento artificial, o que é proibido no Brasil.

 

“Ansiedade quando se olha ao espelho e vê uma cor de pele indesejada e Síndrome de abstinência, se não puder tomar sol num dia, associada à irritação e raiva também são sintomas”, explica Carla.

 

A dermatologista afirma ainda que pessoas com o transtorno também se comparam com os amigos para ver quem é que está mais bronzeado. “As pessoas com tanorexia sentem uma grande frustração se os outros estiverem mais bronzeados que elas”, explica.

 

Relação da tanorexia com dependência química

 

De acordo com a dermatologista, a exposição solar é capaz de produzir endorfinas, como a serotonina, e causar sensação de bem-estar e relaxamento nas pessoas. Isso poderia estar relacionado com a causa do desenvolvimento dessa doença.

 

“A tanorexia possui pontos em comum com a dependência química, com o transtorno dismórfico corporal (pacientes que querem sempre mudar algo no rosto e corpo, não estão satisfeitos com a própria imagem), transtorno obsessivo compulsivo e transtornos alimentares”, explica Carla Albuquerque.

 

Não raro, pacientes que sofrem deste distúrbio apresentam transtornos depressivos e de ansiedade e alterações afetivas e de comportamento.

 

Tratamento para o transtorno

 

O tratamento do transtorno, segundo a dermatologista, é feito com base no uso de medicamentos. Os remédios ajudam a controlar a obsessão e o comportamento compulsivo do paciente.

A psicoterapia também é indicada, associada ou não a medicamentos, pois ajuda o paciente a controlar sua distorção da tonalidade corporal. “Nestes casos, um profissional da área deve ser procurado o mais breve possível”, alerta Carla Albuquerque.

 

Riscos da exposição solar excessiva

 

Um dos maiores problemas da exposição solar excessiva é o risco de desenvolvimento de câncer de pele. No Brasil, esta doença é a que mais mata pessoas por ano no país.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 150 mil brasileiros terão a doença este ano. Não há, no entanto, estatística da porcentagem do total de câncer de pele que está associado à tanorexia.

 

Envelhecimento precoce e manchas na pele também são consequências possíveis. Por precaução, o ideal é respeitar a indicação médica para exposição solar. Antes das 10 horas e após às 16 horas, sempre com proteção adequada, ou seja, protetor solar de boa qualidade com, no mínimo, FPS 30.

 

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