Antes mesmo que eles comecem a falar, é possível se comunicar com os bebês através da linguagem dos sinais. O uso das mãos e gestos para identificar ações e sensações pode substituir o choro, muitas vezes incompreendido e causador de desconforto e estresse na criança, nos pais e nos cuidadores.
Muitas das frustrações nos primeiros meses da infância se dão pela incompreensão. O choro é a primeira forma de comunicação do bebê, mas ele nem sempre passa a mensagem correta adiante. Afinal, não há muitas variações nesse método de exteriorizar desejos e necessidades.
Como funciona a linguagem dos sinais com bebês
Através de sinais ensinados lentamente a partir dos seis meses de idade, os pequenos vão associando determinado sinal com uma ação ou objeto. O processo é lento e exige paciência e insistência até que a criança associe os gestos com o que eles devem representar.
Os impactos no desenvolvimento da criança são muitos. “A linguagem de sinais com bebês é uma trajetória progressiva de individualização do desenvolvimento psicológico da criança”, explica a psicóloga Andrea da Luz Orives, pós-graduada em Psicoterapia Familiar e de Casal.
1. As vantagens da linguagem dos sinais com bebês
Estabelecer uma comunicação com o seu filho através da linguagem dos sinais beneficia muito o desenvolvimento da criança. E não só isso. Confira uma lista das vantagens de ensinar ao bebê essa linguagem:
– Estimula o desenvolvimento cognitivo
– Diminui a frustração e o estresse
– Auxilia no desenvolvimento motor
– Estimula a atenção
– Promove o vocabulário
– Desenvolve a inteligência
– Contribui para a criação de vínculos
Linguagem dos sinais e a fala
Um estudo conduzido por Linda Acrendolo e Susan Goodwyn, da Universidade da Califórnia, avaliou o desenvolvimento da fala em crianças que aprenderam a se comunicar através dos sinais enquanto bebês. Os resultados são supreendentes e satisfatórios.
Um dos pontos positivos é que os bebês que tiveram a experiência da comunicação através dos sinais desenvolveram a fala mais cedo que os demais.
A conclusão é de que a linguagem dos sinais promovia respostas rápidas e assertivas dos adultos, fazendo com que o desenvolvimento da fala fosse mais seguro e com muito mais entendimento entre as partes.
1. Como surgiu a linguagem dos sinais para bebês
Em 1800, o linguista William Dwight Whitney, professor da universidade de Yale, descobriu, ao estudar uma comunidade de surdos, que os bebês inseridos nesse ambiente já conseguiam se comunicar aos seis meses de idade. Isto é, um ano mais cedo do que crianças ouvintes.
Em 1986, o Dr. Joseph Garcia escreveu uma tese sobre o desenvolvimento da comunicação através dos sinais com bebês surdos e, mais tarde, abriu uma companhia para ensinar pais ouvintes a se comunicarem através de sinais com seus bebês também ouvintes.
A partir da década de 1990, outros estudos começaram a surgir sobre o tema, criando um mercado para cursos de linguagem através de sinais para bebês.
Em 2006, o canal público americano PBS (Public Broadcasting Service) passou a exibir em sua programação o Signing Time, um programa voltado para crianças pequenas que ensina os sinais utilizados pelos surdos.
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