Clínica Geral

Burnout: conheça a síndrome do esgotamento profissional

Por Redação Doutíssima 13/06/2015

Talvez você já tenha ouvido ou lido sobre a palavra Burnout. Ela significa um distúrbio psicológico que ganhou evidência após o acidente aéreo em que o copiloto Andreas Lubitz derrubou deliberadamente o Airbus A320 da Germanwings nos Alpes franceses. Segundo as investigações, ele sofria de síndrome de Burnout e de depressão grave. Os 150 ocupantes do avião morreram. 

 

No Brasil, o distúrbio é amplamente conhecido como Síndrome do Esgotamento Profissional. O Ministério da Saúde não tem dados sólidos sobre a incidência na população brasileira. O órgão apenas estima que, em 2013, foram identificados cerca de 700 casos de pessoas com transtornos mentais relacionados a atividades laborais.

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Estresse causado pela trabalho pode ocasionar depressão e falta de motivação. Foto: iStock, Getty Images

 

Conheça a síndrome de Burnout

O nome Burnout foi designado para definir uma condição de estresse causada pelo trabalho desenvolvido ao longo de um determinado período, e ocorre principalmente em áreas relacionadas ao cuidado e atenção de outras pessoas. A entrega necessária nesse tipo de trabalho, que envolve relação com terceiros, acaba levando a um esgotamento.

De acordo com Geraldine Alves do Santos, doutora em psicologia e professora na Universidade Feevale, a síndrome pode ser definida em três dimensões, essenciais para o diagnóstico da condição. A doença é caracterizada, principalmente, por exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal no trabalho.

A exaustão emocional pode ser percebida pela falta de vontade e energia em realizar qualquer tipo de atividade que envolva o meio profissional. A despersonalização ocorre quando a pessoa muda seu jeito de lidar com quem está envolvido em seu trabalho, seja colegas ou clientes.

Com a síndrome de Burnout, a equipe do ambiente profissional é vista como objeto ou como grupo de indivíduos com um propósito específico.

Como identificar os sinais da doença

Assim como em outros distúrbio psíquicos, Geraldine comenta que os sintomas da síndrome de Burnout nem sempre são claros e que a progressão da condição pode ocorrer de maneira diferente em cada pessoa. Porém, alguns dos sintomas podem ser percebidos quando há uma observação contínua da rotina e do humor.

“É importante destacar falta de energia física e emocional para as atividades cotidianas, falta de interesse no desenvolvimento de atividades, depressão e ansiedade situacional, mudança de apetite e na qualidade do sono, diminuição do senso de humor”, afirma.

A professora ainda diz que, mesmo em casos de quem gosta da situação profissional atual, um sintoma importante é a falta de vontade de ir para o ambiente de trabalho.

Em relação à similaridade com outras doenças, Geraldine comenta que é possível fazer o diagnóstico diferencial investigando a vida laboral da pessoa em questão. “A maneira mais fácil de diferenciar essa síndrome de outras, ou mesmo do estresse psicossocial e da depressão, é observar o envolvimento com o trabalho”, diz.

Como tratar a síndrome de Burnout

A psicóloga explica que o tratamento psicoterápico em caso de síndrome de Burnout é essencial. Ela também cita que atividades recreativas como a prática de exercícios físicos e terapias alternativas podem ter efeitos importantes nessa situação.

Para buscar o tratamento adequado é preciso entrar em contato com psicólogos ou psiquiatras, profissionais da saúde especializados em distúrbios mentais.

O governo brasileiro disponibiliza esse tipo de serviço nos CAPS, Centro de Atenção Psicossocial, com mais de duas mil unidades espalhadas em todo o país.

 

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