Os dados são alarmantes e mostram que praticamente todas as pessoas do planeta têm algum tipo de problema de saúde. 95,7 % da população mundial tem alguma doença aguda ou crônica, uma ferida, lesão ou uma deficiência física.
Esse é o resumo do estudo de saúde da raça humana “Estudo Global da doença em 2013”, realizado em 188 países, publicado no início deste mês na revista especializada em medicina “The Lancet”.
Segundo o relatório, apenas 4,3 % das pessoas são efetivamente saudáveis, ou seja, não têm qualquer tipo de doença, seja ela fisiológica, biológica, física ou mental. A publicação alerta também que, mesmo que você faça parte desse número raro de pessoas sem nenhum tido de doença ou deficiência, é bom ficar atento porque essa estatística pode mudar a qualquer momento.
Raio X da saúde humana
O estudo, resultado de uma colaboração internacional que envolve centenas de cientistas financiados pela “Fundação Bill & Melinda Gates”, dá uma visão abrangente da tendência geral da saúde mundial entre os anos de 1990 e 2013.
A análise foi possível graças aos dados de 188 países, reunidos maciçamente a partir de modelos estatísticos e epidemiológicos envolvendo cerca de 7 bilhões de pessoas.
De fato, 301 doenças e ferimentos físicos, crônicos ou transitórios e 2.337 tipos de sequelas incapacitantes foram levadas em conta. O estudo foi feito a partir de diagnósticos que vão desde pacientes com acne, cárie dentária, síndrome pré-menstrual até doenças cardíacas, diabetes e câncer.
O levantamento foi feito com base na informações de 35.620 diferentes fontes como hospitais, departamentos de saúde, organizações internacionais, etc.
As doenças mais comuns
Além de mostrar que apenas 4,3% das pessoas são absolutamente saudáveis, o estudo fornece outras informações relevantes. Por exemplo, ele demonstra que em países desenvolvidos, 64% das crianças menores de 5 anos têm um problema de saúde. Nas pessoas com mais de 80 anos, esse percentual é de 99,98, e dois terços têm mais de nove tipos de doenças.
O relatório mostra ainda que 2,4 bilhões de pessoas têm problemas dentários, 1,6 bilhão sofrem com dores de cabeça tensionais, e assim por diante. Pelo menos 10% da população mundial está acometida por anemia ferropriva, perda auditiva ou herpes genital.
Além disso, havia, em 2013, 18 bilhões de infecções respiratórias e 2 bilhões de pacientes com algum tipo infeccioso de diarreia. Dores nas costas, dor de garganta, depressão, enxaqueca, diabetes e ansiedade tornaram-se as principais causas de incapacidade, profissional e social, em todo o mundo.
Viver mais, a qual preço?
No geral, o número de pessoas que vivem com deficiência ou alguma doença aumentou em 42%. Há 25 anos, 537,6 milhões de pessoas tinham algum problema de saúde. Em 2013 esse número pulou para 764,8 milhões. O estudo mostra que a expectativa de vida saudável tende a estagnar, apesar dos avanços da medicina nos últimos 25 anos. Segundo os pesquisadores, esse fato se dá principalmente pelo crescimento da população mundial e da expectativa de vida.
Finalmente, o estudo afirma que os esforços feitos pela saúde pública mundial têm se concentrado, com sucesso, na redução da mortalidade. Mas com o envelhecimento da população, agora temos de considerar o “preço pago” por uma vida mais longa, mas com muitos problemas de saúde. Os pesquisadores afirmam que ainda é preciso investir mais em qualidade de vida para que esses anos extras não sejam gastos em hospitais e tratamentos médicos.
Vida mais saudável
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, as doenças que mais matam são as cardiovasculares e os diversos tipos de câncer. A expectativa de vida ao nascer no país subiu para 74,9 anos em 2013, para ambos os sexos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados da “Tábua Completa da Mortalidade 2013”, calculada pelo órgão, mostra a expectativa de vida para todas as idades até 80 anos, apresentou um aumento de 3 meses e 25 dias em relação a 2012, quando a esperança de vida do brasileiro era de 74,6 anos. Quando comparada com a de dez anos atrás, a expectativa de vida do brasileiro aumentou mais de três anos. Em 2003, a projeção de vida era de 71,3 anos.
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