O consumismo infantil vem crescendo nas últimas décadas. As crianças cada vez mais exercem um enorme poder de compra, tanto direta quanto indiretamente, já que são capazes de persuadir os pais sobre o que desejam. Porém, indícios sugerem que os pequenos podem sofrer graves déficits físicos, emocionais e sociais decorrentes do consumismo.
Segundo uma pesquisa feitada pela empresa Interscience, crianças são o público favorito da publicidade. O estudo indica que elas participam do processo decisório em 80% das compras feitas pelos pais.
Consumismo infantil: um problema global
A sociedade nos levou a acreditar que crianças precisam de um monte de “coisas”. Desde o nascimento, elas são bombardeadas com coisas materiais quer gostem ou não. Ao pesquisar “lista de enxoval para bebê”, por exemplo, aparecerão vários posts, artigos e anúncios que podem conter até 150 itens.
E a lista de necessidades não para nos primeiros anos de vida. Quando os pequenos crescem, novas “necessidades” surgem. O mercado de produtos e alimentos para crianças, por exemplo, é enorme.
Uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing (Invent) revela que, para criar um filho até os 23 anos, os pais chegam a investir R$ 2 milhões em despesas básicas como educação, lazer, saúde e vestuário. Mas devido ao exacerbado consumismo infantil, esse número pode ser ainda maior.
Os efeitos negativos do consumismo infantil são notados em sala de aula. Um levantamento entrevistou professores quanto à percepção dessa relação, e todos eles expressaram preocupação sobre a diminuição da capacidade das crianças em aprender habilidades acadêmicas básicas, como instruções e ensino propriamente dito.
Em parte, essa constatação foi atribuída ao número de horas passadas em frente à televisão ou ao computador, bem como à exposição das crianças à publicidade. Os professores indicaram que habilidades sociais básicas também estão cada vez mais afetadas – polidez, boas maneiras e dificuldade de convívio em grupo.
Segundo os entrevistados, agressões verbais e físicas entre colegas estão em ascensão, muito em razão do consumismo infantil. Eles afirmaram ainda que esse consumismo desenfreado e a publicidade a ele associada têm ditado o comportamento dos pequenos até mesmo em brincadeiras.
Os professores ainda indicaram outros efeitos adversos do consumismo das crianças perceptíveis em sala de aula: infância encurtada, hipercompetitividade, redução do tempo em família, aumento da obesidade, isolamento, estresse e materialismo crescente.
Como os pais devem lidar com o consumismo infantil
Sua melhor defesa é muito simples: educar seus filhos. Eles serão necessariamente expostos a mensagens comerciais, e cabe a você instrui-lo para que eles saibam filtrar a informação.
Uma boa ideia é ajudar as crianças a desenvolverem competências e terem opinião crítica sobre a realidade vista em anúncios de TV ou internet. Explique que as propagandas nem sempre refletem a realidade, e que aquilo é uma estratégia usada para que o consumismo infantil aumenta cada vez mais.
Essa tarefa é complicada com crianças menores de oito anos, já que elas ainda não têm capacidade de discernimento. Para protegê-las, então, resta apenas limitar sua exposição aos comerciais de TV e internet.
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