Clínica Geral

Embolização uterina: técnica mantém chances de fertilidade

Por Redação Doutíssima 13/10/2015

Atualmente, cerca de metade das mulheres em fase reprodutiva apresentam mioma no útero, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entretanto, existe uma técnica chamada embolização uterina, que interrompe a irrigação sanguínea do local e bloqueia o crescimento do tumor.

Entenda o que é o mioma

Tumor benigno que se aloja no útero, o mioma geralmente se manifesta durante a idade fértil da mulher. Apesar de não estar associado a um risco de câncer de útero, suas causas não são totalmente conhecidas. De acordo com o Ministério da Saúde é possível apontar algumas possibilidades.

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Embolização uterina é uma técnica minimamente invasiva, segura e eficaz. Foto: iStock, Getty Images

Entre elas, estão as mudanças genéticas, pois muitos contêm alterações nos genes que os diferem das células normais do músculo uterino. Também existe a chance de miomas serem mais comuns entre mulheres da mesma família.

Além disso, fatores hormonais, como o desequilíbrio dos níveis de estrógeno e progesterona, dois hormônios que estimulam o desenvolvimento do endométrio durante cada ciclo menstrual, podem promover o crescimento dos tumores.

De maneira geral, algumas mulheres não apresentam sintomas de mioma, apenas os descobrem em exames de rotina. Entretanto, para aquelas que apresentam sinais do tumor, podem sentir sangramento menstrual intenso, períodos menstruais prolongados, sangramentos mensais atípicos, pressão ou dor pélvica, dificuldade para esvaziar a bexiga, prisão de ventre e até mesmo dor durante as relações sexuais.

Como eliminar o mioma com a embolização uterina

Considerado referência na técnica no País, o médico Marcos Messina, ginecologista do Hospital Samaritano de São Paulo, destaca que o procedimento é minimamente invasivo, seguro e eficaz.

Segundo o profissional, em alguns casos, a técnica pode ser aplicada para manutenção da fertilidade da mulher. Ainda, a partir da embolização uterina, aproximadamente 90% das mulheres que tinham sangramento intenso e cólicas podem voltar a menstruar normalmente e não sentir mais dor.

De acordo com Messina, os miomas regridem até 40% do seu volume em seis meses após o procedimento. “O acompanhamento médico após o procedimento de embolização deve se estender por pelo menos mais um ano. Esse tempo é necessário para que o tratamento seja avaliado e efeitos sobre os sintomas e redução dos miomas sejam acompanhados”, explica.

A técnica inicia com uma anestesia local na virilha, seguida de uma pequena incisão de aproximadamente dois milímetros. Em sequência, um catéter é direcionado às artérias até chegar à região uterina, onde o sangue é levado para o útero e os miomas.

“Não é necessário dar pontos, uma vez que o procedimento não deixa qualquer cicatriz”, enfatiza o profissional. Após o fim do procedimento, a paciente permanece na sala de recuperação e, em seguida, pode voltar para casa, mas deve realizar repouso de pelo menos uma semana.

Cuidados e riscos  

A embolização uterina é indicada para mulheres que, mesmo sendo mães, querem preservar o útero. Entretanto, a técnica é contraindicada para gestantes, mulheres com infecção pélvica aguda, vasculite ativa, com antecedente de irradiação pélvica e em pacientes com alergia ao contraste radiológico.

Além disso, mulheres com má coagulação, insuficiência renal grave, pacientes em diálise e com a associação de miomatose e outras afecções ginecológicas não devem recorrer ao procedimento.

 

 

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