Depois que o bebê nasce todas as atenções são voltadas para o bem-estar do recém-nascido. Acontece que durante o puerpério, que é o período posterior ao parto, a mamãe também precisa de cuidados. Nessas semanas muitas mudanças fisiológicas podem ocorrer, e até mesmo algumas complicações.
Mudanças no corpo durante o puerpério
O puerpério é termo médico para indicar período após o parto, durante o qual os tecidos do corpo como o genital e os órgãos pélvicos voltam à condição em que estavam antes da gravidez. Esse tempo de mudança continua até aproximadamente seis semanas depois do nascimento do bebê.

Fase mais crítica são as primeiras 24 horas, conhecidas como puerpério imediato. Foto: Shutterstock
Passadas essas semanas é possível que a mãe esteja se sentindo de volta ao normal, com exceção de algumas características como o excesso de peso. A fase mais crítica são as primeiras 24 horas, conhecidas como puerpério imediato. É nesse momento em que o útero deve contrair bem para estancar o sangramento do local de desprendimento da placenta, e também marca o início da amamentação.
Ocasionalmente esse é o período que mais causa potencialmente complicações fatais, como sangramento excessivo, colapso de circulação, insuficiência cardíaca, entre outros. Por isso que muitos médicos aconselham ficar no hospital até superá-lo.
Ao longo da primeira semana costumam começar grandes mudanças no trato genital. Pode haver corrimento vaginal, maior necessidade de micção, poucos movimentos intestinais e dores no corpo. Caso tenha tido uma cesárea, o ferimento cirúrgico precisa de cuidados para não se tornar problema.
A grande maioria das novas mães também experimenta sintomas como mau humor, tristeza, dificuldade em dormir, irritabilidade, alterações do apetite e problemas de concentração. Esses sinais são relacionados a uma situação conhecida como “baby blues”, geralmente ligada aos hormônios.
Quando esses últimos sintomas duram mais do que as primeiras semanas, é possível que o problema seja mais grave – depressão pós-parto. Segundo um estudo da Universidade de São Paulo (USP) realizado com 257 mulheres, a prevalência de depressão pós-parto foi de 28%.
É preciso estar atenta se você já tinha alguma situação semelhante antes da gravidez. Um estudo publicado na revista médica The Lancet descobriu que a depressão perinatal e pós-natal é uma continuação de problemas de saúde mental vivenciados bem antes de uma mulher engravidar.
Cuidados depois do parto
Depois de um parto vaginal a maioria das mulheres experimenta inchaço e dor no períneo. Cuidados de rotina nessa área incluem aplicação de gelo para alívio dos sintomas – rotina modificada depois para banhos de assento mornos.
As hemorroidas são um outro problema capaz de afetar as mulheres que têm parto vaginal. Nesse caso o melhor a fazer é buscar alívio dos sintomas, já que as hemorroidas costumam curar quando o períneo se recupera. Converse com seu médico, que poderá prescrever cremes de coricosteróides, compressas hamamélis e anestésicos locais.
Quem teve parto cesáreo não costuma sentir dor e desconforto no períneo, mas sim na incisão abdominal. Essa dor também pode ser tratada com gelo, bem como com a utilização de medicação para dor sistêmica.
As relações sexuais podem ser retomadas quando sangramento, vagina e vulva são curadas e a mulher sente-se física e emocionalmente pronta. Essa preparação física em geral dura três semanas. Métodos de controle de natalidade são importantes no início porque a primeira ovulação é bastante imprevisível.
Caso você esteja experimentando sintomas que fogem da normalidade, como cansaço ou tristeza por longos períodos, procure ajuda médica especializada para um correto diagnóstico e tratamento da situação.
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