Clínica Geral

Neuralgia do trigêmeo: saiba como tratar esse problema

Por Redação Doutíssima 08/11/2015

Um distúrbio nervoso caracterizado por episódios de dor lancinante no rosto e que podem ocorrer várias vezes ao longo do dia. Esse quadro transforma a neuralgia do trigêmeo (NT) em uma das piores dores do mundo, comparada a choques, pontadas e agulhadas. 

 

A dor pode ser desencadeada por estímulos inofensivos, como mastigação ou escovação de dentes, e é sentida em diferentes regiões da face, dependendo do nervo trigêmeo afetado. Ele recebe esse nome porque tem três ramos: o oftálmico, o maxilar e o mandibular. 

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Neuralgia do trigêmeo é muitas vezes incapacitante e atinge principalmente mulheres. Foto: iStock, Getty Images

Segundo estudos, essa síndrome é muitas vezes incapacitante e atinge principalmente mulheres, com incidência maior em pessoas com idade acima de 80 anos. Por ano, a doença afeta até 27 indivíduos em cada grupo de 100 mil pessoas. 

Tipos de neuralgia do trigêmeo

A neuralgia do trigêmeo pode ser classificada em dois tipos, segundo o Hospital Albert Einstein:

Clássico de NT

 

O clássico se divide em dois grupos: o primeiro está relacionado à compressão do nervo por vasos sanguíneos tortuosos, que se encostam ao nervo trigêmeo. O segundo é conhecido como forma idiopática, onde não se encontra uma causa específica. 

 

Neuropatia trigeminal dolorosa

Nesse tipo ocorre uma lesão no nervo por causas como tumores, doença de mielina (capa do nervo) e outras.

Diagnóstico, sintomas e tratamento

Dentro dos sintomas são observados:

 

1. A intensidade: a dor varia entre moderada a muito intensa.

 

2. A duração dos episódios, que não ultrapassam dois minutos.

 

3. Periodicidade com e sem dor.

 

4. Local e irradiação da dor na área do nervo trigêmeo.

 

5. Fatores desencadeantes, de alívio e associados à síndrome, como depressão e perda de peso.

Para que o diagnóstico seja correto é necessário antes caracterizar e classificar a dor em critérios clínicos onde são avaliados os sintomas. A ressonância magnética é o melhor exame para casos em que a dor está associada a alterações de sensibilidade na face e em pacientes que apresentam sintomas bilaterais, com menos de 40 anos.

 

De acordo com André Mansano, médico intervencionista da dor, especializado no tratamento de dores crônicas, o tratamento inicial da neuralgia do trigêmeo é feito por meio do uso de medicamentos anticonvulsivantes, que têm a propriedade de estabilizar os impulsos nervosos. “Esses remédios são capazes de controlar os sintomas em aproximadamente 70% dos casos”, informa.

 

Porém, quando os medicamentos não alcançam o resultado esperado, existem técnicas sem cirurgias ou cortes, como a rizotomia por radiofrequência do trigêmeo e a compressão mecânica com balão. Há ainda outros tratamentos: ablação com glicerol, radiocirurgia e bloqueio periférico.

 

Antes de optar por métodos cirúrgicos converse com o seu médico, pois esse tipo de tratamento apresenta taxas de sucesso variável. Alguns pacientes melhoram logo após os procedimentos, mas com o passar do tempo voltam a acontecer novos ataques de dor.

 

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