Os pacientes brasileiros que sofrem com a obesidade têm à disposição um novo medicamento. Em nota oficial, publicada no dia 29 de fevereiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou a liberação da substância liraglutida, comercializada com o nome de saxenda.
O médico Alexandre Hohl, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) explica que o remédio é injetável e serve para o controle crônico de peso. Ele imita a ação de uma substância naturalmente produzida pelo corpo, a GLP1, que ajuda a reduzir o apetite.
Benefícios e cuidados com a saxenda
A substância, que foi aprovada nos Estados Unidos e na Europa no ano passado, agora chega ao Brasil e promete ser solução eficaz. Com a liberação da Anvisa, o uso da saxenda pode ser indicado a pacientes em dois cenários distintos.
O remédio é destinado ao tratamento de obesidade. Ou seja, para pessoas que têm Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior que 30kg/m². Ainda assim, o especialista lembra que a substância também pode ser uma alternativa em algumas situações em que o sobrepeso está presente.
“No caso de pessoas com IMC igual ou maior que 27kg/m², que caracteriza o sobrepeso, a saxenda pode ser utilizada caso haja presença de alguma comorbidade relacionada ao peso, como pré-diabetes, apneia do sono ou hipertensão”, esclarece o presidente da SBEM.
Isso porque, além de reduzir o apetite, a droga traz benefícios no controle da glicose e da pressão. Uma das vantagens é a baixa presença de efeitos colaterais, que são leves e passageiros. Náuseas e vômitos podem ocorrer, mas com pouca intensidade e em um curto período de tempo.
Ainda assim, o acompanhamento médico é fundamental para o sucesso do tratamento. Vale lembrar ainda que as revisões são de igual importância e ajudam a garantir que o tratamento ocorra da maneira certa, com reais benefícios.
“O Brasil é o campeão da automedicação. Por isso, é necessário ressaltar que, mesmo sem retenção de receita, a saxenda precisa ser utilizada sob acompanhamento. Até porque, por se tratar de um medicamento injetável, o paciente precisa estar bem orientado sobre o local e o horário corretos da aplicação subcutânea”, reforça Hohl.
Saxenda não substitui mudança de estilo de vida
Segundo Hohl, há registros de pacientes que conseguiram eliminar cerca de 5% a 15% do peso corporal com auxílio da saxenda. Isso só é possível, por outro lado, quando o uso do remédio é associado a uma dieta e realização de exercícios. Ou seja, o medicamento ajuda, mas seu uso não substitui uma mudança de estilo de vida.
“Hoje, a tendência é gastarmos muito menos energia do que consumimos e isso induz à obesidade. Por isso, a base do tratamento não muda: é preciso melhorar a alimentação e praticar atividade física”, orienta.
O médico enfatiza que o tratamento ideal para obesidade é feito com uma equipe multidisciplinar. Enquanto o endocrinologista monitora as possíveis doenças em decorrência do peso, o nutricionista é responsável pela dieta do paciente, o terapeuta trata a compulsão alimentar e o educador físico coordena o gasto de energia.
Para o especialista, não há dúvidas de que essa é a fórmula com maior grau de sucesso para o tratamento de obesidade. E você, se submeteria ao uso da saxenda? Deixe um comentário! E não esqueça de compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima! Clique aqui para se cadastrar!