Clínica Geral

Lábio leporino atinge um bebê a cada 650 nascimentos no Brasil

Por Redação Doutíssima 15/09/2014

O lábio leporino é uma anomalia que atinge cerca de um a cada 650 bebês no Brasil e sua origem está muito ligada ao uso de álcool ou de cigarros pela gestante. A fissura labiopalatal consiste em uma abertura na região do lábio e/ou palato do recém-nascido, ocasionada pelo não fechamento destas estruturas ainda na fase embrionária.

Fatores que levam ao lábio leporino

Também podem causar lábio leporino, a realização de raios-X na região abdominal, a ingestão de certos medicamentos, como anti-convulsivantes ou corticoide durante o primeiro trimestre gestacional, além de deficiência nutricional e hereditariedade.

lábio-leporino

Tratamento da criança com lábio leporino inicia nos primeiros meses de vida. Foto: Shutterstock

As fissuras características do lábio leporino podem ser unilaterais ou bilaterais e variam desde formas mais leves como cicatriz labial ou úvula bífida, bem como em formas mais graves como as fissuras completas de lábio e palato. As fissuras podem deixar o canal oral em contato com o nasal.

Consequências do lábio leporino

Como consequência do lábio leporino, é comum que as crianças possam vir a aspirar o seu alimento, o que pode vir a resultar no aparecimento de infecções como otites e pneumonias. As otites podem causar prejuízos no desenvolvimento da fala e linguagem.

As anemias também são frequentes em bebê acometidos por fissuras labiopalatais, no entanto, essas são normalmente solucionáveis com uma dieta balanceada e sulfato ferroso.

Além disso, também é indicado o aleitamento materno, pois ele tem a capacidade de auxiliar controle de infecções, bem como combater a anemia e fortalecer a musculatura da face e boca.

O ato de sucção do peito também faz com que ocorra um aumento no vínculo entre mãe e bebê. No entanto, ainda assim, é possível que a criança precise de um complemento alimentar.

Sem o devido tratamento, as crianças podem ser acometidas por sequelas graves provenientes do lábio leporino, como a perda da audição, problemas de fala e déficit nutricional, isso sem contar o preconceito que pode acompanha-lo.

Porém, a boa notícia é que é possível a total reabilitação do paciente com fissura labiopalatal. Por isso, quanto mais cedo a intervenção, melhor. O inconveniente é que o tratamento é longo, tendo início desde o nascimento até a fase adulta, passando por várias cirurgias corretivas e estéticas.

Como ocorre a reparação

O processo de reparação tem início nos primeiros meses de vida, quando aos três meses de idade a criança é submetida a cirurgia, de lábio e palato mole. Já a cirurgia de restauração de palato duro é realizada apenas aos 18 meses de idade.

Durante esse período, para que haja uma boa alimentação e a criança não reflua os alimentos pelo nariz até a cirurgia do palato duro, são desenvolvidas placas palatinas pré-moldadas, de fácil manejo e é realizada orientação da posição correta para alimentar o bebê.

Outro ponto de orientação para os pais que descobrirem seu filho com fissura labiopalatal é que é muito importante que procurem todas as formas que possam auxiliar na reabilitação do seu filho. Também é fundamental manter a tranquilidade mesmo com o choque da notícia: a rejeição, negação e sentimento de culpa são normais no primeiro momento, mas com ajuda profissional vocês e seu bebê terão uma vida saudável e feliz.

 

 

Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão DoutíssimaClique aqui para se cadastrar!