A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou a venda controlada do canabidiol, medicamento que tem a planta cannabis sativa (maconha) como componente-base. Porém, para importar a substância será necessária uma autorização excepcional da Agência. A erva é conhecida por suas propriedades psicoativa e viciante. Quando utilizada como remédio pode, por outro lado, trazer diversos benefícios à saúde. Recentemente, o medicamento foi liberado para uso no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O órgão prevê que a sua prescrição seja feita somente por neurologistas, neurocirurgiões e psiquiatras, em casos nos quais o tratamento convencional não é eficaz.
Médicos defendem o uso do canabidiol
Guiados por achados científicos, defensores do canabidiol, entre eles médicos, apoiam a utilização terapêutica da substância por acreditarem que a droga possa colaborar significamente no controle de quadros de ansiedade, insônia, epilepsia e crises convulsivas, entre outros.
Pesquisas conduzidas com animais já sugeriram que o canabidiol tem, além de ação antipsicótica, função neuroprotetora e anti-inflamatória, podendo, inclusive, ajudar no tratamento de autismo e esquizofrenia. Em outros países, como nos Estados Unidos, o canabidiol já era legalizado e empregado no tratamento de transtornos como Parkinson e Mal de Alzheimer.
Em terras brasileiras, antes da liberação, o canabidiol era permitido em casos especiais – quando um médico sinalizava a necessidade de uso e fazia um pedido especial à Anvisa. Se considerada a solicitação procedente, a importação do fármaco era autorizada.
Canabidiol seria aliado na perda de peso
Há suspeitas de que as substâncias contidas na folha da maconha aumentem a queima de energia no metabolismo, o que poderia tornar o canabidiol também um aliado na luta contra a obesidade e suas doenças. Ainda por promover a eliminação de gordura, é tido como importante agente de redução das taxas de colesterol no sangue, ademais de regulador dos índices glicêmicos, o que pode, por sua vez, ser importante para os diabéticos tipo 2.
Publicada no jornal científico Pain, a conclusão de que o derivado da maconha ajuda a amenizar dores é outra constatação que endossa a lista de possíveis benefícios do canabidiol. Estudiosos da Universidade de Oxford atribuem tal efeito analgésico ao ingrediente THC existente na planta.
Outra vantagem associada à cannabis é que, segundo pesquisadores da Universidade de Ultrech, na Holanda, quando adotada de forma rigorosamente controlada, pode reduzir os sintomas da depressão. Na mesma proporção, pode minimizar sequelas de traumas psicológicos. Pacientes com esclerose múltipla, ao serem tratados com cannabinoides, apresentam menor rigidez muscular ademais de episódios menos frequentes de espasmos.
Conforme investigações de instituições espanholas, os ativos da maconha poderiam, de igual maneira, restringir a disseminação de células tumorais nas mamas – a descoberta já foi até publicada na revista Cancer Cell. A utilização do canabidiol pode reduzir a incidência de câncer de bexiga. Além disso, a substância teria papel interruptor na progressão (metástases) de cânceres agressivos, a citar o de cérebro e de próstata.
Outras pesquisas indicaram o uso da droga no combate a outras enfermidades como artrite reumatoide, Doença de Crohn e leucemia. Vale lembrar que a aplicação do medicamento, para ter efeitos positivos, deve ser de caráter temporário já que a longo prazo há malefícios.
O acompanhamento médico é essencial para o sucesso de qualquer terapia e, enquanto o fármaco não é liberado no Brasil, é necessário aguardar a decisão da Anvisa para então importá-lo – punições estão previstas para quem importa a medicação sem autorização prévia.
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