Em outros tempos, sair de casa tinha data marcada, no dia do casamento. E o casamento ocorria mais cedo, com objetivo determinado de constituir uma família, com filhos, um chefe de família que mantinha o núcleo familiar e uma esposa dedicada que cuidava dos filhos e da casa.
O tempo foi passando e as coisas foram mudando. As mulheres começaram a buscar a formação profissional, depois ganharam o mundo e o mercado de trabalho, passaram a sair de casa e morar sozinhas e acabaram com o estigma de que nasciam para casar e ser donas de casa.
Da mesma forma, os homens também investiram mais em suas carreiras, e assistiam, à distância, uma ascensão feminina que adiava filhos, família e tudo mais, em troca de independência.
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2002 a 2012, a chamada geração canguru – jovens de 25 a 34 anos – que morava na casa dos pais passou de 20% para 24% no Brasil. Além disso, a idade média para os filhos saírem de casa passou de 25 para 35 anos.
Tem idade certa para sair de casa?
Essa é, atualmente, uma pergunta cada vez mais frequente nas famílias. E ela ocorre, geralmente, quando os jovens avisam que estão indo embora e as famílias acham cedo demais, ou, quando aquele filho já passou dos 30 e não encontra seu caminho e a família questiona se não tarde demais.
No primeiro exemplo, a preocupação se dá pelo fato do jovem muitas vezes não ter ainda o seu sustento, um objetivo claro na vida. No segundo, existe um certo mal-estar dos pais, que consideram mais do que na hora do filho ter seu emprego, carreira e independência.
O que se deve levar em conta é que talvez não seja a idade certa de sair de casa, mas, o que conta são as condições favoráveis ou não para esta atitude. Há de se convir que depois da formatura e período de adaptação ao mercado de trabalho esteja realmente na hora de “tomar o seu rimo na vida”.
Papel dos pais no momento de sair de casa
Começar a trilhar seu caminho na vida depende também dos pais. A responsabilidade desta etapa da vida, embora seja individual, depende muito da educação que foi dada aos filhos. Muitas vezes, os pais questionam o filho que não consegue sair de casa, mas esquecem que durante toda a vida dele, foi superprotegido e não aprendeu a ser independente.
Faz parte da educação de vida ensinar aos nossos filhos desde cedo e aconselhá-los sobre quais as oportunidades, os perigos, as estratégias de sobrevivência para uma vida independente.
Desta forma, eles vão aprender a cumprir metas e administrar recursos, o que é fundamental para criar as condições favoráveis para sair de casa.
É importante também levar em conta de que a saída de casa não deve representar aos pais uma quebra de relações afetivas, mas sim a realização de um projeto. De outro lado, não deve representar aos filhos um abandono dos pais, mas uma autoafirmação das suas capacidades.
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