O parto normal com anestesia aparece no cenário brasileiro como uma alternativa ao que o Ministério da Saúde chama de “epidemia de cesáreas”. Isso considerando que a dor é um dos motivos que leva à opção pelo parto com data e hora marcada, e antes, muitas vezes, do início do trabalho de parto.
A partir da 39ª semana de gestação, contrações intensas atingem o abdômen até a dilatação do colo do útero chegar a dez centímetros. Então as paredes do útero, em conjunto com o esforço da mãe, impulsionam a criança para fora. Esse é o chamado parto normal.
A anestesia pode ser uma alternativa para diminuição das dores do parto normal. Foto:iStock, Getty Images
Sua incidência no Brasil, entretanto, de normal não tem nada. Afinal, 52% das brasileiras optam pela cesárea, quando a recomendação da OMS é de 15%. Na rede privada, pode chegar a 88%.
Pesquisa da Fiocruz acompanhou 437 gestantes. No início do pré-natal, 70% não optavam pela cesárea. Mas 90% tiveram seus bebês assim – e 92% antes do início do trabalho de parto.
Ações pelo parto normal
Em sete de janeiro, o Ministério da Saúde publicou a Resolução Normativa nº 368, que estabelece novas regras aos planos de saúde particulares para incentivarem os partos normais. Com as novas regras, cesárea que não seja necessária não será paga pelo plano.
Ainda assim, especialistas acreditam que a tortura que é o parto normal para muitas mulheres alimenta a tradição de que são todos dolorosos e insuportáveis.
Na rede pública, a ausência de anestesia para partos normais, especialmente os induzidos com ocitocina, acaba alimentando a má fama da dor insuportável. Mas o parto normal com anestesia seria a melhor alternativa?
Como funciona o parto normal com anestesia
A partir do momento em que recebe a medicação, a mulher que opta pelo parto normal com anestesia não sente dor, e também não perde a mobilidade das pernas (o que faz com que seja chamada de analgesia e não anestesia), essa é a grande vantagem do procedimento.
Os tipos de anestesia usados são a peridural e a raquidiana. As alternativas mais recomendadas para o parto normal com anestesia são o uso da peridural ou o duplo bloqueio, que é uma combinação da raquidiana com a peridural. O uso isolado da raquidiana para analgesia de parto não é respaldado por evidências científicas.
Prós e contras do parto normal com anestesia
A anestesia é um recurso valioso, que ajuda em um trabalho de parto muito longo, por exemplo, onde a mãe já não tem forças para continuar, mas deve ser usado com critérios e o consentimento da mulher.
Por outro lado, quem defende a não realização do parto normal com anestesia começa argumentando que todo medicamento de alívio da dor pode provocar a hipotensão da mãe.
Isso pode levar à queda nos batimentos cardíacos do bebê e à necessidade de uma cesárea de urgência. Além disso, o feto também sente os efeitos da anestesia, que podem causar a diminuição dos reflexos.
Mais importante do que a escolha pelo tipo de parto é a conversa franca e clara com o seu médico. É ele que vai dizer, considerando o acompanhamento do seu pré-natal, qual a forma mais indicada para o parto, com seus benefícios e consequências.
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