Clínica Geral

Inglaterra registra surto de supergonorreia: saiba o que é

Por Redação Doutíssima 22/09/2015

Um tipo resistente de gonorreia preocupa os órgãos de saúde do Reino Unido. A supergonorreia não responde ao tratamento de antibióticos mais usado para a doença, situação já registrada anteriormente, porém rara.

O primeiro caso desse surto supergonorreia foi identificado em Leads, no norte da Inglaterra, em março deste ano. Desde então, outras 11 pessoas da mesma cidade foram diagnosticadas, bem como outros quatro casos em cidades próximas.

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Supergonorreia não responde ao tratamento  usual de antibióticos para a doença. Foto: iStock, Getty Images

De acordo com a British Association for Sexual Health and HIV (BASHH), todos os pacientes diagnosticados com supergonorreia declararam-se heterossexuais. Cientistas foram designados para fazer exames, sequenciamento e testes na bactéria causadora da doença resistente para entender melhor como tratá-la.

 

Casos de supergonorreia devem ser notificados

O órgão está alertando médicos e profissionais da saúde em todo o território inglês sobre a supergonorreia e pede que eles informem caso atendam pacientes com a doença. No site do governo do Reino Unido é possível acessar os formulários para reportar os casos. Conhecer o número real de infectados é essencial para entender a extensão da epidemia da bactéria resistente.

Em 2014, aproximadamente 35 mil pessoas foram diagnosticadas com gonorreia na Inglaterra, sendo a segunda infecção bacteriana sexualmente transmissível mais recorrente. A maior parte dos afetados tinha menos de 25 anos.

A supergonorreia foi identificada pela primeira vez em 2011, no Japão. Entre a comunidade de cientistas médicos seu surgimento não foi surpresa, tendo em vista uma onda de superbactérias resistentes a antibióticos que começaram a surgir nos últimos anos. Por enquanto, não há indícios da doença no Brasil ou outras partes do mundo.

Saiba mais sobre a gonorreia

A gonorreia é uma infecção causada por uma bactéria transmitida através de relações sexuais (inclusive orais) sem o uso de preservativo. Na maioria dos casos, os sintomas da doença aparecem cerca de duas semanas após o contágio.

Se não tratada, a doença pode causar infertilidade em ambos os sexos. Cerca de 10% dos homens e mais da metade das mulheres infectadas não apresentam qualquer tipo de sintoma da gonorreia, impossibilitando o tratamento.

Nas mulheres, os principais sinais de infecção são: ardência para urinar, escapes entre o ciclo menstrual e corrimento anormal. Grávidas contaminadas podem sofrer abortos espontâneos durante a gestação ou infectar os bebês durante o parto, podendo causar cegueira permanente nos recém-nascidos.

Nos homens, o corrimento purulento e dor ao urinar indicam a contaminação por gonorreia. A doença pode ainda atingir outras partes do corpo, como faringe e garganta e, se não tratada, pode acometer também articulações.

O tratamento para a gonorreia comum é feito com antibióticos prescritos por um médico. O uso indiscriminado desse tipo de medicação é um dos fatores chave para o surgimento da supergonorreia e outras superbactérias que não podem ser controladas com as medicações recomendadas.

 

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