O lubrificante pode tornar as relações sexuais mais confortáveis para as mulheres. Mas estudos indicam que certos tipos de lubrificantes sexuais são capazes de danificar o tecido retal e vaginal, aumentando a vulnerabilidade para uma série de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), incluindo clamídia e gonorreia. É importante ter atenção na escolha.
Lubrificante e o risco de DSTs
Um estudo de 2014 da Universidade de Indiana, Estados Unidos, descobriu que 65% das mulheres têm utilizado lubrificantes para tornar o sexo mais confortável ou agradável. Ocorre que diversas pesquisas feitas nos últimos anos têm levantado questões sobre a segurança de alguns desses produtos, especialmente para certos grupos de usuários.
Pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, Estados Unidos, selecionaram as mais utilizadas dentre 150 variedades de lubrificantes disponíveis no mercado. Após análise da formulação de base de cada uma delas, os resultados mostraram que homens e mulheres que usavam lubrificantes durante o sexo anal tinham o dobro de probabilidade de ter clamídia ou gonorreia.
Uma outra pesquisa publicada na revista Pharmaceutics testou 12 lubrificantes vendidos na Europa. Os dados coletados mostraram que alguns deles são capazes de alterar o equilíbrio do pH da vagina, o que em tese poderia aumentar o risco de certas espécies de infecções vaginais.
Não bastasse isso, um levantamento realizado pela Universidade da Califórnia, Estados Unidos, mostrou que mulheres que usavam vaselina ou óleo de bebê como lubrificante eram especialmente propensas a acabar com vaginose bacteriana ou infecção por fungos.
Vale dizer que nenhum desses estudos estabelece uma conexão conclusiva entre lubrificantes sexuais e infecções dessa natureza. Em realidade, o que eles se propuseram a fazer é ressaltar a importância do uso de preservativos – caminho mais seguro para evitar o contágio de DSTs.
Cuidados ao escolher esse tipo de produto
Mesmo se a infecção não é uma preocupação para você, lubrificantes comerciais podem conter ingredientes capazes de causar irritação ou reações alérgicas em algumas pessoas. Isso acontece geralmente com versões que contêm benzocaína, mentol ou capsaicina.
É preciso ter atenção também a produtos perfumados ou aromatizados. Eles muitas vezes irritam a pele sensível. Fique alerta ainda para tipos que incluam propileno glicol, glicerina e parabenos – todos potencialmente irritantes.
Para não correr riscos, o ideal é esfregar um pouco do produto na parte interna do cotovelo e esperar pelo menos 24 horas. Verifique após esse período se você teve, ou não, uma reação incomum a esse lubrificante. Caso persista o problema, consulte um médico.
Há ainda um outro cuidado essencial. Saiba que lubrificantes à base de óleo podem degradar alguns materiais – dentre os quais o látex, presente na maior parte dos preservativos. Por outro lado, há estudos preliminares indicando que lubrificantes à base de água muitas vezes diminuem a mobilidade do esperma – diminuindo as chances de gravidez.
Por todas essas razões, é importante ler com atenção o rótulo dos produtos. Evite aqueles com ingredientes aos quais você é sensível – e também tenha atenção à questão da incompatibilidade daqueles à base de óleo com preservativos de látex. Use os produtos como indicado na embalagem e dentro do prazo de validade.
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