A mulher foi destinada ao lar e a maternidade, e seu papel foi definido em nossa sociedade, de certa forma, com o objetivo de controle e manejo social.
Desde o concílio de Trento ( realizado de 1545 a 1563) a igreja Católica destinou a mulher ao espaço doméstico e privado, fazendo desta um suporte para a família e contribuindo para que o marido ficasse em casa e o lar fosse mantido segundo os costumes e normas morais estabelecidos, visando assim um controle e uma padronização moral da sociedade.
Temos muitas outras questões para serem discutidas! Acesse nosso fórum de discussões!
Paralelo a isso, ao homem foi dado certo poder, poder de chefe de família que detém o controle sobre sua mulher e seu lar.
A inserção da mulher
A inserção social e familiar da mulher se deu de forma subordinada, e como já mencionada acima, a esta foi destinado um lugar, que ela tem ocupado ao longo da história, lugar que lhe confere algumas possibilidades, mas também lhe impõe limites.
Foi somente a partir dos movimentos feministas de 1970 que se tornou possível a ocorrência de várias mudanças em relação a posição social da mulher. Assim, o conceito de gênero não se resume somente a uma categoria de análise, mas também diz respeito a uma categoria histórica, sendo uma construção social do masculino e do feminino.
Participação da mulher no mercado de trabalho
A maior participação da mulher no mercado de trabalho formalmente remunerado, provocou mudanças nos padrões conjugais e familiares social e culturalmente estabelecidos, levando a uma reorganização dos papéis familiares tradicionais referentes a homens e mulheres, evidenciando a importância dos papéis do homem na família.
O homem passa a ser incentivado a manter um maior envolvimento afetivo com os(as) filhos(as), terminando com a dicotomia: pai distante, figura de autoridade e mãe próxima, figura de afeto. Ele passa, portanto, a ter uma participação ativa na criação dos filhos, percebendo que pode contribuir para o desenvolvimento destes de uma forma mais agradável e satisfatória do que a concebida pelo papel tradicional disciplinar.
Mudanças e consequências
Essas mudanças, ocorridas nas últimas décadas, também contribuíram para que a ideia de uma mulher-indivíduo começasse a impor-se frente à ideia da mulher-natureza destinada a ser mãe e dona-de-casa, pois, na contemporaneidade, a mulher almeja o sucesso pessoal sem mediadores, incluindo em seus ideais de vida a realização profissional.
Além disso, o trabalho feminino passa a garantir, muitas vezes, a subsistência das famílias, principalmente nos países menos desenvolvidos. Com isso, a mulher se vê frente a multi funções, pois ainda tem que dar conta da maior parte das funções domésticas, dos filhos e também de uma rotina diária no mercado de trabalho.
Porém, frente a tais alterações, existe a tendência da família moderna ser cada vez mais simétrica na distribuição dos papéis e obrigações, ou seja, uma família marcada pela divisão entre os membros do casal referente às tarefas domésticas, aos cuidados com os filhos e às atribuições externas. Sujeita a transformações constantes, a família deve ser, portanto, flexível para poder enfrentar e se adaptar às rápidas mudanças sociais inerentes ao momento histórico em que vivemos.