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Exposição fotográfica “Retratos de uma memória” expõe dramaticamente vítimas de abuso sexual

Por Redação Doutíssima 20/05/2013

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Muitas vezes nos surpreendemos com flashes de memórias antigas. Muitas vezes essas memórias não são bem o tipo de lembrança que a gente queria guardar. Mas por que será que as lembranças mais fortes ou ruins são as mais impregnadas na nossa memória?

– Talvez armazenamos pequenas partes de algumas situações e excluímos as outras para economizar espaço na memória…

– Talvez com o passar do tempo, o próprio cérebro guarde em gavetas cada vez mais escondidas, os flashes mais marcantes da nossa infância por exemplo…

– Talvez, também, pode ser que a memória seja excluída inconscientemente devido a um trauma; algo que se continuasse no pensamento iria comprometer a continuação de certos projetos e percursos, não?

Todo esse dilema e perguntas da humanidade foi o tema de uma exposição fotográfica que retrata vítimas de abuso sexual na infância. As pessoas foram fotografadas segurando cartazes com frases que elas guardaram na memória e que foram ditas por seus agressores.

 

Violência sexual contra mulheres, crianças e também homens são recorrentes em todos os lugares do mundo, infelizmente. Mas a maior dor de quem já sofreu qualquer tipo de abuso é a de olhar para a cicatriz que ficou em sua vida e da culpa imposta pelo agressor continuando a atormentar suas vidas e memória por anos.
Crianças, por exemplo, geralmente não conseguem associar o acontecimento na mesma hora e só têm suas lembranças recuperadas anos mais tarde, tornando tudo ainda pior.

A ideia por trás do projeto da fotógrafa Grace Brown é de aumentar o diálogo relativo a esse tema e incentivar que pessoas vítimas desse tipo de abuso possam receber ajuda e não serem julgadas pelo ato violento que sofreram. Conheça abaixo algumas fotos do Projeto Unbreakable.

"Se você contar para alguém, eu vou para cadeia" Meu pai, quando eu tinha 6 anos. Eu chore. Hoje ele está preso.

“Se você falar disso, eu vou para cadeia” – meu pai, quando eu tinha 6 anos.
Eu chorei. Hoje ele está preso.

"Seus pais foram jantar, mas não se preocupe. Eu vou cuidar de você"

“Seus pais foram jantar, mas não se preocupe. Eu vou cuidar de você”

"Segure mais forte" "Você vai ficar calada sobre isso" Meu tio quando eu tinha 11 anos.

“Segure mais forte”
“Você vai ficar calada sobre isso”
(Meu tio quando eu tinha 11 anos).

"Para de fingir que você é um ser humano"

“Pare de fingir que você é um ser humano”

“Não se preocupe, meninos supostamente sempre gostam disso.”

“Não se preocupe, meninos supostamente gostam disso.”

"Isso é um teste. Se você contar para sua mãe, nós saberemos que você não é confiável"

“Isso é um teste. Se você contar para sua mãe, nós dois saberemos que você não é confiável”

"Você não é nada"

“Você não é nada”

"Se você contar para os seus pais, eles não vão mais te amar"

“Se você contar para alguém, seus pais não vão mais te amar”

"Isso fica entre a gente" Meu avô quando eu tinha 6 anos. As memórias voltaram aos 16.

“Isso fica entre a gente”
(Meu avô quando eu tinha 6 anos). As memórias voltaram aos 16.

 

"O que nós temos é tão especial que outras pessoas não entenderiam"

“O que nós temos é tão especial que as outras pessoas não entenderiam”

"Você é uma criança má. Não eu". "Lembre-se, você começou isso"

“Você é uma criança má. Não eu”.
“Lembre-se, você começou isso”

"Por que você está chorando? Foi divertido"

“Por que você está chorando? Foi divertido”

"Eu era muito nova para saber como dizer não, e a vergonha desse dia me acompanha todos os dias. Eu tinha dez anos"  Ao ver uma foto minha - "Se você sentar assim, algum dia alguém irá abrir suas pernas para transar com você". Ele estava bêbado e eu tinha seis anos.

“Eu era muito nova para saber como dizer não, e a vergonha desse dia ainda me acompanha todos os dias. Eu tinha dez anos”
Ao ver minha foto de classe, ele disse: “Se você sentar assim, algum dia alguém irá abrir suas pernas para transar com você”. Ele estava bêbado e eu tinha seis anos.

Fonte: Blog Repertório Criativo.