Diferenciação pode determinar os caminhos do tratamento, o que torna a informação correta sobre hipoglicemia pós-prandial e síndrome pós-prandial ainda mais importante
A hipoglicemia pós-prandial não é um diagnóstico, mas descreve o momento em que ocorre a hipoglicemia (queda da glicose no sangue até quatro horas após a ingestão do alimento). Existem diversas causas de hipoglicemia pós-prandial e estas devem ser diferenciadas principalmente de uma condição chamada de síndrome pós-prandial.
Até pouco tempo, pessoas que sentiam sintomas compatíveis com hipoglicemia (ansiedade, fraqueza, tremores, aumento da produção de suor ou palpitações) após a alimentação eram encaminhadas para a realização de curvas de glicose-insulina de até 5 horas e recebiam o diagnóstico genérico de hipoglicemia pós-prandial reativa se a glicose estivesse menor que 60 mg/dL.
Contudo, atualmente se acredita que esses sintomas após a alimentação não sejam realmente devidos a uma verdadeira hipoglicemia, já que 10% das pessoas sem os sintomas podem ter queda da glicose durante o teste e não perceber, ao passo que pacientes com os sintomas muitas vezes podem não ter queda da glicose durante o teste. A esta condição damos o nome de síndrome pós-prandial e as curvas glicose-insulina não são mais recomendadas, salvo poucas exceções.
Como diagnosticar a hipoglicemia pós-prandial
Para que o diagnóstico correto da hipoglicemia pós-prandial seja firmado, o paciente deve fechar os seguintes critérios:
1 – Ter sintomas de hipoglicemia (ver acima);
2 – No momento dos sintomas, ter a glicose medida em amostra de sangue coletada de uma veia (não com o glicosímetro) menor que 50 mg/dL;
3 – Ter alívio dos sintomas quando se faz a glicose no sangue subir (através da alimentação ou de injeção de glicose na veia).
Fechado o diagnóstico, o paciente deverá ser submetido à avaliação específica para identificação da causa da hipoglicemia para, após, receber o tratamento apropriado. Entre as principais causas de hipoglicemia pós-prandial estão a hipoglicemia pós-cirurgia gástrica, a hiperplasia das células beta do pâncreas, o diabete mélito oculto e a hipoglicemia autoimune.
A diferenciação correta entre hipoglicemia pós-prandial e síndrome pós-prandial é importantíssima. Os pacientes com síndrome pós-prandial devem ter consciência de que possuem uma condição benigna e receber o tratamento dietoterápico apropriado (fazer refeições fracionadas, ricas em fibras, evitar alimentos ricos em açúcar, principalmente os que causam os sintomas). Por outro lado, os pacientes com hipoglicemia pós-prandial receberão o tratamento conforme a causa subjacente (por exemplo, na hiperplasia das células beta, pode ser necessária cirurgia do pâncreas).
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