Computador Watson contra o câncer: tecnologia da IBM será empregada no combate ao câncer

A IBM e o Centro de Genoma de Nova York (NYGC) estão realizando estudos que comprovam a utilização do super computador Watson para reduzir consideravelmente o tempo de identificação dos tratamentos mais eficazes para combater o câncer. A identificação ser à baseada na análise de mutações genéticas específicas nos indivíduos portadores desta doença.

Juntamente com hospitais regionais, o NYGC tem planos de analisar a capacidade que o computador Watson possui de ajudar oncologistas a desenvolverem um atendimento mais personalizado a pacientes portando glioblastoma – forma de câncer de cérebro agressiva e maligna, responsável por mais de 13 mil mortes nos Estados Unidos em 2013.

Computador Watson: um grande passo contra o câncer

Ajay Royyuru, biologista computacional da IBM Research, afirma que técnicas médicas precisas baseadas em análises genômicas possuem um potencial favorável ao combate ao câncer. “A diferença entre um indivíduo e outro para um mesmo diagnóstico de câncer é enorme – será possível descobrir qual é o tratamento certo pra você e qual não é”, explicou Royyuru. “Por que isso? Porque o câncer é uma doença do genoma.” As anormalidades responsáveis pelo câncer não são apenas diferentes de um indivíduo para o outro, mas elas também se modificam com o tempo, se tornando cada vez mais anormais. É por isso que o computador Watson é tão importante na condução dessas análises, pois o computador é capaz de proporcionar uma recomendação de tratamento o mais rápido possível, antes que o genoma volte a se modificar.

A colaboração entre IBM e NYGC foi anunciada no começo do mês de março, e utilizará uma versão adaptada do sistema de computação cognitiva do computador Watson, que obteve sua fama em 2011, tendo vencido um humano no jogo de perguntas e respostas do programa americano Jeopardy. Os estudos irão utilizar um protótipo do Watson, adaptado para compreender os dados genômicos, aceitando análises de mutações de câncer como entrada. No jogo Jeopardy, o Watson extraía várias notícias e fontes de referência. Agora, o computador Watson pesquisará a literatura científica na combinação de anormalidades genéticas com medicamentos associados ao tratamento dessas mutações.

Toby Bloom, diretor adjunto de ciência informática do NYGC, afirma que, atualmente, o processo para realizar essas pesquisas bibliográficas é relativamente manual e leva cerca de semanas ou meses. “Podemos sequenciar genomas de forma relativamente rápida, mas depois há este grande atraso na forma como se associa isso com as drogas.” O especialista revela que o computador Watson promete levar minutos ou horas para realizar este processo, o qual levava semanas ou meses anteriormente. A realidade dessa afirmação, que se baseia em testes da IBM com dados de referência do Atlas Genômico do Câncer, conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA, continuará a ser comprovada através de ensaios clínicos que a empresa de tecnologia e o NYGC estão planejando.

A promessa não está relacionada ao fato do computador Watson produzir curas mágicas ou mesmo identificar a droga perfeita para cada caso. No entanto, ao acelerar o processo de identificação das opções mais promissoras em meio a uma lista de medicamentos, a tecnologia faz com que seja mais provável entregar um tratamento a tempo de fazer a diferença. “Como um primeiro passo, nós estamos apenas fazendo o possível para selecionar drogas com rapidez suficiente, que serão direcionadas para pacientes específicos”, afirma Bloom. “Assumindo que podemos encontrar qualquer melhoria em pelo menos um pequeno número de pacientes iremos estender esse estudo. Além disso, se o projeto começar a obter resultados positivos, pode ser possível alimentar esses resultados de volta para Watson, de modo que a parte de aprendizagem dinâmica do sistema encontre associações que não seriam encontradas tão rapidamente.”

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