Conheça a valvuloplastia, a cirurgia para corrigir um defeito do coração

A valvuloplastia, também conhecida como valvoplastia, é uma cirurgia para corrigir defeito em uma válvula (ou valva) do coração. Trata-se de um procedimento cirúrgico invasivo que tem o objetivo de desobstruir a valva mitral, aórtica ou pulmonar.

Existem quatro válvulas cuja função é manter a circulação correta do sangue no coração: mitral, aórtica, tricúspide e pulmonar. Todas são essenciais, e alguns comprometimentos, como uma estenose mitral, podem levar a complicações sérias.

Cirurgia tem por objetivo desobstruir a valva mitral, aórtica ou pulmonar. Foto: Shutterstock

Nem sempre a valvuloplastia é indicada. Além da estenose mitral, outras doenças podem levar a esse procedimento, como febre reumática, insuficiência mitral e endocardite não infecciosa. Muitas vezes, pacientes submetidos a valvuloplastia precisam, mais tarde, de uma troca total de válvula, por uma metálica ou biológica, dependendo de diversas condições. O exame necessário para a avaliação é a ecocardiografia transesofágica.

A anestesia local é comum para os procedimentos de valvuloplastia. Nesses procedimentos, cateteres são colocados no sistema cardiovascular do indivíduo. Utiliza-se, então, a punção de uma artéria ou veia da região da virilha do paciente. Com os cateteres, pode-se medir pressão, injetar contraste e dilatar, com um balão, a válvula cardíaca que se encontra obstruída. Em média, o risco de complicações graves é muito baixo, em torno de 2% dos casos.

Valvuloplastia mitral por cateter-balão

Essa valvoplastia compreende a dilatação do orifício de uma válvula cardíaca que se encontra estreitada, através de um cateter munido de um balão em sua ponta. Costuma se recomendada para o tratamento da estenose da válvula mitral.

As principais causas para essa estenosa são as complicações reumáticas, como a febre reumática. Antes da cirurgia, um exame ecocardiograma revela dados característicos da válvula doente, como calcificação, aparelho de sustentação e mobilidade.

A valvuloplastia por cateter-balão é indicada para pacientes com classe funcional II, III, ou IV, com estenose mitral moderada ou grave, para pacientes assintomáticos que apresentam estenose mitral moderada a severa e hipertensão pulmonar.

Também se considera a cirurgia aceitável em pacientes com estenose mitral moderada a severa, sintomáticos, para quem a cirurgia de troca da válvula está contraindicada. Em qualquer um dos casos, leva-se em conta também uma avaliação da anatomia da válvula, que pode ou não ser favorável para o procedimento.

Durante a valvuloplastia desse tipo, não costumam ocorrer complicações graves. As mais comuns são sangramentos onde o cateter-balão é introduzido. Já os sangramentos no coração, com acúmulo de sangue em torno do coração (tamponamento), são ainda mais raros.

Valvuloplastia aórtica por balão

A estenose aórtica degenerativa é a valvuloplastia mais comum entre os adultos. Quando começam os sintomas da estenose aórtica, a intervenção cirúrgica deve ser imediata, de acordo com os cardiologistas.

O tratamento ideal para esse tipo de valvuloplastia é a substituição da válvula cardíaca no procedimento cirúrgico. Mas há alguns casos em que se pode indicar uma valvuloplastia aórtica por balão, realizada pela primeira vez em 1985. Com esse procedimento, há uma melhora significativa do paciente. O problema, porém, é a altíssima taxa de recorrência da valvuloplastia – de 80% em um ano e de praticamente 100% em dois anos.

Pode ser considerada, entre outras situações, como ponte para uma cirurgia completa em pacientes hemodinamicamente instáveis com alto risco cirúrgico e como medida paliativa em casos individuais quando a cirurgia de troca da válvula é contraindicada.

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