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ABC da saúde: o que é pericardite? Saiba mais sobre a inflamação do pericárdio, sintoma, causas e tratamento

Por Redação Doutíssima 08/05/2014

A pericardite consiste na inflamação do pericárdio, que é uma espécie de bolsa que envolve o coração e a raiz dos grandes vasos, composta por duas estruturas pouco distensíveis, uma externa fibrosa e outra interna serosa.

O pericárdio tem como função principal manter o coração em funcionamento, impedindo que este importante órgão se encha de sangue, além de sua capacidade de ser uma barreira contra infecções.

Diagnóstico da doença inicia pelo histórico clínico do paciente e exame físico. Foto: Shutterstock

Diagnóstico da doença inicia pelo histórico clínico do paciente e exame físico. Foto: Shutterstock

A pericardite pode se manifestar de duas formas: aguda ou crônica. A aguda é caracterizada pela inflamação repentina do pericárdio e dura, em média, duas semanas. Já a pericardite crônica tem inicio gradual e persiste durante um tempo maior

O que causa a pericardite

A pericardite geralmente é resultado de uma complicação de infecções virais, mais comumente ECHO vírus ou Coxsackie. Com menos frequência, ela é causada por gripe ou infecção pelo HIV, o vírus do AIDS. Infecções com bactérias podem levar à pericardite bacteriana (também chamada pericardite purulenta). Algumas infecções fúngicas também podem causar a doença.

Além disso, a patologia pode estar associada a doenças como câncer, inclusive leucemia, hipotireoidismo, insuficiência renal, febre reumática, AIDS e tuberculose. Outras causas incluem ataque cardíaco, trauma no tórax, esôfago ou coração, medicamentos que suprem o sistema imunológico, miocardite e radioterapia no tórax.

A pericardite ocorre com mais frequência em homens dos 20 aos 50 anos de idade e, geralmente, se manifesta após infecções respiratórias.

Sintomas

Os principais sintomas da pericardite são a ansiedade, a dificuldade de respirar ao se deitar, a tosse seca, o cansaço, a febre e a dor aguda – localizada no centro ou do lado esquerdo do tórax, podendo irradiar para o pescoço, ombros e braços. Às vezes, a doença também pode causar inchaço nos tornozelos, nos pés e nas pernas.

O diagnostico da pericardite deve ser feito pelo histórico clínico do paciente ou por exame físico, levando em conta os sons anormais nas escutas cardíacas e pulmonares. Alguns exames complementares como a radiografia do tórax, o eletrocardiograma, ecografia cardíaca e os exames laboratoriais, tais como hemograma completo, podem complementar o diagnóstico.

Tratamento para a pericardite

Para o tratamento da pericardite em casos leves, os médicos costumam receitar analgésicos para a dor e antibióticos para a pericardite bacteriana, além de medicamentos antifúngicos para pericardite fúngica, entre outros tipos de fármacos.

Se o paciente não apresentar complicações, ele poderá fazer o tratamento oral em casa, devendo, contudo, evitar esforços. Pacientes com pericardite e derrame pericárdico de moderada gravidade, ou aqueles que apresentam alguma doença grave associada, necessitam ser internados.

Se o acúmulo de líquido no pericárdio tornar o funcionamento do coração insuficiente ou produzir tamponamento cardíaco, é necessário drenar o líquido do saco. Esse procedimento, chamado pericardiocentese, pode ser feito usando uma agulha guiada por ecocardiograma ou uma pequena cirurgia. Se a pericardite for crônica, recorrente ou causar pericardite constritiva, pode ser recomendado o corte ou a remoção de parte do pericárdio.

A evolução da pericardite depende da sua causa. Os casos mais simples recuperam-se em poucos meses. Já os casos mais graves da doença podem ser muito duradouros ou mesmo levar o paciente ao óbito.

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