Dica do Nutricionista

Alimentos enriquecidos podem ser prejudiciais à saúde

Por Redação Doutíssima 01/08/2014

Relatório da organização americana EWG aponta que a adição de vitaminas e minerais nos chamados ‘alimentos enriquecidos’ pode causar sérios danos ao fígado entre outros problemas 

 

alimentos enriquecidos

Foto: Shutterstock

 

É muito comum que marcas de cereais, biscoitos e outros alimentos, principalmente voltados para o público infantil, tratem como uma vantagem o fato de que seus produtos são enriquecidos com vitaminas e minerais. Mas um relatório da organização norte-americana Environmental Working Group (EWG) aponta que acrescentar estas substâncias nos produtos pode ser perigoso. Segundo a organização, quase metade das crianças com oito anos ou menos estão ingerindo níveis muito altos de vitamina A, zinco e niacina por causa de excesso de enriquecimento potencial.

Após avaliar mais de 2500 produtos os pesquisadores descobriram que 114 deles superavam o valor diário de vitaminas e minerais para um adulto em 30% ou mais. Ainda segundo o relatório, isso pode causar danos ao fígado, anormalidades esqueléticas, perda de cabelo, entre outros problemas principalmente em crianças.

“Alimentos enriquecidos podem parecer uma coisa boa, mas quando se trata de crianças e mulheres grávidas, a exposição excessiva a altos níveis de nutrientes pode realmente causar problemas de saúde a curto ou longo prazo”, afirma Renee Sharp, diretor do EWG e coautor do relatório da pesquisa. Ele ressalta ainda que “os fabricantes usam vitaminas e fortificação mineral para vender seus produtos, adicionando quantidades que superam um que as pessoas precisam diariamente, principalmente as crianças”.

 

Alimentos enriquecidos: não há equilíbrio

 

Se por um lado s alimentos enriquecidos podem representar um risco pelo excesso de vitaminas e minerais adicionados, por outro podem ser perigosos também pela deficiência destas substâncias. Não por falha na produção, mas pelo fato de que muitas pessoas começam a substituir refeições por alimentos enriquecidos, acreditando que eles contêm os valores diários adequados. Diversos estudos mostram que estes produtos não podem garantir a dose diária de cálcio ou vitaminas se não forem acompanhados de fatores como uma alimentação saudável, um bom funcionamento intestinal e a realização de exercícios físicos com regularidade. Afinal, não basta ingeri-los, é preciso garantir que sejam absorvidos corretamente pelo organismo.

O problema é que as promessas de suprir as necessidades diárias de nutrientes se uma pessoa em poucas porções são muito tentadoras, convencendo os consumidores com certa facilidade.

Para que possam ostentar o título, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determina que os alimentos enriquecidos devem fornecer, na porção diária ingerida, pelo menos 60% da quota recomendada para adultos. A adição de até 100% a mais de vitaminas é permitida, com exceção da vitamina D, para compensar as perdas eventuais decorrentes do tempo de armazenamento.

 

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