O paracetamol na gravidez costuma ser indicado para gestantes que apresentam dor leve ou moderada e febre. Mas pesquisas realizadas pela Universidade da Califórnia (EUA) indicam que o uso da droga pelas futuras mamães pode elevar o risco de a criança desenvolver o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
Medicamentos usados na gestação devem ter acompanhamento profissional. Foto: iStock, Getty Images
Indicações do paracetamol na gravidez
O paracetamol é uma droga facilmente encontrada em diversos medicamentos. Tornou-se tão comum se automedicar com ela, que esse composto químico passou a fazer parte do vocabulário cotidiano.
Mas a automedicação nunca é uma boa ideia. O problema não está no paracetamol prescrito por um médico, e sim nos excessos. Assim, ninguém deve ingerir mais de 4 gramas de paracetamol por dia.
O limite diário de paracetamol na gravidez é o mesmo, mas a gestação exige uma cautela ainda maior: doses levadas podem causar graves lesões hepáticas, ou seja, podem prejudicar o seu fígado. E problemas no fígado podem provocar dificuldades na digestão de alimentos.
Paracetamol na gravidez é alvo de estudo
De acordo com pesquisadores americanos e dinamarqueses da Universidade da Califórnia e da Universidade de Aharus, lesões no fígado podem não ser o único perigo do paracetamol na gravidez.
O estudo, ainda não conclusivo, publicado em fevereiro na revista da Associação Médica Americana, se baseou em dados de 64 mil mulheres dinamarquesas no período de 1996 a 2002.
Segundo as informações apresentadas, as mulheres que utilizaram a droga durante a gestação tiveram risco 37% maior de que seus filhos fossem mais tarde diagnosticados com transtorno hiperquinético, forma severa do THDA.
Riscos de medicamentos na gravidez
Para que as gestantes saibam o que estão ingerindo, foi criada uma lista, regulamentada pela Administração Federal para Drogas e Alimentos que categoriza os medicamentos em níveis de riscos para o bebê (A, B, C, D e X, do risco nulo para o alto risco). O paracetamol na gravidez, atualmente, é classificado como risco B.
Abaixo, alguns níveis de risco para a ingestão de medicamentos:
Risco A
Sem risco para o feto. Exemplo de composto químico: Ácido fólico (vitamina importante durante o período da gestação, pois previne contra má formação do sistema nervoso do feto)
Risco B
Sem evidência de riscos para o feto em formação. Exemplo de composto químico: Glugacón. (Auxilia a manter os níveis de produção de glicose no sangue ). O paracetamol encontra-se neste nível de risco.
Risco C
Os riscos não podem ser excluídos. Exemplo de composto químico: Omeprazol. (Usado por pacientes com gastrite, porém durante a gravidez pode provocar deficiência de algumas vitaminas.)
Risco D
Riscos comprovados ao feto. Exemplo de composto químico: Penicilamina (Pode causar diminuição de plaquetas)
Risco X
Medicamentos proibidos durante a gravidez. Exemplo de composto químico: Acenocumarol (Anticoagulante. Pode levar a hemorragia.)
Viu como a lista é grande? Então não fique atenta somente à utilização de paracetamol na gravidez. Questione o seu médico sobre todos os medicamentos que está tomando e não se automedique, especialmente durante a gestação. Diante de qualquer dúvida ou manifestação de sintomas, procure o seu médico imediatamente.
