Situações de perigo descarregam um hormônio em nosso corpo conhecido como adrenalina. Esse hormônio, produzido pela glândula suprarrenal, tem como função preparar o corpo para uma reação imediata.
O hormônio, junto com a norepinefrina, é em grande parte responsável pelas imediatas reações em situações de estresse. Imagine que você está tentando mudar de faixa com seu carro e, de repente, a partir de seu ponto cego, vê um carro a 100 km/h.
A reação é voltar à pista original e ver seu coração acelerado, seus músculos tensos, sua respiração mais rápida do que o normal, e o suor escorrendo. Isso é adrenalina.
Junto com o aumento da frequência cardíaca, o hormônio também lhe dá uma onda de energia – que você precisa para fugir de situações perigosas -, e também concentra a sua atenção.
Como a adrenalina atua no organismo?
Quando a adrenalina é liberada na corrente sanguínea, o hormônio aumenta o suprimento de oxigênio, glicose para o cérebro e músculos, suprimindo outros processos corporais não-urgentes, como a digestão.
Com vasos sanguíneos dilatados e passagem de ar facilitada, o corpo é capaz de passar mais sangue para os músculos e obter mais oxigênio para os pulmões, aumentando assim o desempenho físico em um período curto de tempo.
Além disso, seu pensamento e sua visão ficam mais claros. Todos esses efeitos preparam o corpo para o aumento de energia necessário para fugir dos perigos ou das situações estressantes.
Adrenalina e o esporte
Muitas pessoas buscam se colocar em situações de perigo para sentirem a sensação de adrenalina. Segundo o Dr. Dorival de Carlucci, coordenador do centro cirúrgico da unidade Itaim do São Luiz e supervisor médico de pista do Grande Prêmio Brasil da Fórmula 1, muitos atletas buscam esportes radicais por causa da sensação de bem-estar causada pelo hormônio.
Um exemplo são os pilotos de corrida que buscam esse hormônio como uma forma de preparação para as provas. Durante as provas, o monitor cardíaco do piloto deixa explícito o sinal mais evidente em uma pessoa com alto índice desse hormônio estimulante: o aumento da frequência do coração.
Com o corpo em estado de alerta, um benefício desse produto químico para os pilotos é a melhora de reflexos para usar o freio.
“Dependendo da quantidade de hormônio e do risco, algumas pessoas não chegam nem a sentir sintomas, e sim apenas a sensação do corpo mais rígido”, finaliza o especialista.
Esse hormônio é viciante?
Esse hormônio é uma das drogas mais poderosas, viciantes e perigosas, capaz de levar indivíduos a colocarem-se em situações de risco. Ele pode ser lançado no corpo junto a um nível elevado de endorfinas, e juntos são capazes de fornecerem alívio da dor e uma explosão de energia.
Ao longo do tempo, porém, o corpo acostuma-se com o fluxo constante e passa a desejar mais e mais hormônio.
Os efeitos colaterais são potencialmente mortais se a pessoa recorre a atividades de alto perigo. Além disso, especialistas como Archibald Hart, professor e psicólogo e autor de “A adrenalina e estresse”, dizem que a dependência pode até ser ligada a doenças cardíacas.
Os sintomas de abstinência do hormônio manifestam-se de diversas formas, como depressão, raiva, estado de confusão ou nível reduzido de energia. Quando isso ocorrer, é necessário buscar ajuda profissional.
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