Clínica Geral

Varíola é considerada uma doença erradicada no Brasil

Por Redação Doutíssima 19/05/2015

Primeira doença infecciosa extinta pela vacinação preventiva, em 1980, a varíola ainda é motivo de precaução. O problema é que a confirmação de um hipotético caso já seria suficiente para se tornar uma emergência mundial de saúde.

 

O desconforto em relação a uma futura possível infecção tem explicação: passadas mais de três décadas do anúncio de erradicação pela Organização Mundial de Saúde, o Orthopoxvírus variolae, vírus causador da doença, continua conservado em laboratórios nos Estados Unidos e na Rússia, o que reforça o receio de que possa ser usado como arma química.

variola

Mundo está livre da varíola há mais de 30 anos, quando erradicação foi confirmada. Foto: Shutterstock

A contaminação por varíola

Milhares de pessoas em todo mundo morreram de varíola ao longo da história. O vírus foi descoberto quando cientistas encontraram seus vestígios em uma múmia que viveu em meados de 1400 a.C.

 

A contaminação pode se dar de pessoa para pessoa, pelo ar, ou por contato com objeto infectado. Depois da sua erradicação, não há mais fatores de risco levados em consideração. Na atualidade, não há mais vacinas ministradas, já que a políticas de imunização não se mostram necessárias.

Varíola tinha diagnóstico difícil

Uma das razões para a rápida propagação da doença, no passado, é que não havia sintomas aparentes da varíola durante o seu período de incubação, que dura de sete a 17 dias.

Após essa fase inicial, a doença se manifestava de forma semelhante à gripe, dificultando um diagnóstico preciso. Febre, desconforto, dor de cabeça, fadiga severa, dores nas costas e vômitos eram relatados pelos pacientes.

 

Os sintomas seguintes é que determinavam a gravidade da doença. Manchas vermelhas no rosto, nas mãos, antebraços e tronco surgiam. Em um ou dois dias, apareciam pequenas bolhas de pus. Crostas começam a se formar oito a nove dias depois e, eventualmente caíam, deixando profundas cicatrizes sem caroço.

 

Como seria o enfrentamento da doença

No passado, quem era identificado como portador de varíola precisava ser isolado imediatamente, juntamente com todas as pessoas próximas.

 

Na hipótese de um surto de varíola, medidas de emergência precisariam ser tomadas para proteger toda a população em geral e o mundo inteiro entraria em alerta. Os profissionais de saúde seguiriam as diretrizes recomendadas pela Organização Mundial da Saúde.

A varíola é uma doença grave, que pode evoluir para outros problemas sérios de saúde, como artrite e infecções ósseas, inchaço cerebral (encefalite), infecções oculares, pneumonia, sangramento intenso e infecções cutâneas. Em muitos casos, pode levar à morte.

 

Medo do terrorismo

A volta da varíola pelas mãos de terroristas ainda deixa o mundo em alerta, 35 anos depois de sua erradicação. Em 2001, após os atentados ao World Trade Center, em Nova York, o governo dos Estados Unidos adquiriu 300 milhões de doses da vacina, como estratégia de enfrentamento a um possível ataque bioterrorista.

Medida semelhante de estocagem de vacinas contra a doença foi adotada pelo governo da Espanha, em 2003.

A última campanha de vacinação foi realizada em 1972 e, como o seu efeito permanece por 15 anos, nenhuma pessoa atualmente está imunizada contra a doença. Além do controle da varíola, a justificativa pela não realização de novas campanhas aponta também para os efeitos colaterais e os custos da imunização, que superariam alegados benefícios.

 

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