A pílula anticoncepcional é o método contraceptivo mais utilizado no mundo. De acordo com um levantamento feito pelo Ministério da Saúde, cerca de 80% das brasileiras utilizam algum método de prevenção da gravidez: a pílula e o dispositivo intrauterino são os mais comuns. Mas é preciso ter cuidado: a pílula possui contraindicações e novos estudos comprovam a relação entre anticoncepcional e trombose.
Há vários motivos que contribuíram para a popularização do anticoncepcional. Além de sua eficácia comprovada para prevenir a gravidez, a pílula ainda auxilia na regulação do ciclo menstrual, diminui os sintomas da TPM e ajuda a evitar cólicas e acne. Diante de tantos benefícios, é comum que as pessoas deixem de pesar os contras do uso da pílula.
Anticoncepcional e trombose: entenda a relação
A Trombose Venosa Profunda, ou simplesmente trombose, é caracterizada pela formação de coágulos no sangue. Essa condição é extremamente perigosa, pois o bloqueio no fluxo sanguíneo pode ocasionar convulsões, perda dos movimentos, acidentes vasculares cerebrais (AVC’s) e, em casos extremos, a morte.
Mas, afinal, como se dá a relação entre anticoncepcional e trombose? Um estudo publicado nesta semana pela revista especializada The BMJ Today, confirmou que o uso da pílula pode quadruplicar o risco de trombose. Isso ocorre por conta da presença de drospirerona, uma versão sintética do hormônio progesterona na composição.
Mulheres fumantes com mais de 35 anos ou portadoras de uma condição chamada de trombofilia não devem utilizar a pílula anticoncepcional. Isso porque esses são fatores de risco, que aumentam ainda mais as chances da formação de coágulos no sangue.
A questão é que, comumente, os ginecologistas não recomendam exames aprofundados antes de indicar a pílula anticoncepcional. Considerando que a trombofilia é uma condição que pode ser hereditária, mas também adquirida ao longo da vida, muitas mulheres nem sabem que possuem uma propensão maior à formação de coágulos.
Anticoncepcional e trombose: conheça os perigos
A falta de orientação no uso da pílula pode ser fatal. A relação perigosa entre anticoncepcional e trombose já foi comprovada na prática por algumas mulheres. Um caso que repercutiu no Brasil foi o da professora Carla Simone Castro, que sofreu uma convulsão por conta de uma trombose venosa cerebral, ocasionada pelo uso do anticoncepcional.
Ela teve de ficar internada, pois a condição se agravou ainda mais: a professora perdeu os movimentos na perda direita e ficou sem enxergar por dois meses. Por fim, os médicos descobriram que os problemas foram ocasionados por conta do anticoncepcional.
Agora, diante da comprovação da ligação entre anticoncepcional e trombose, a informação do risco de trombose passará a constar na etiqueta do anticoncepcional Yasmin e de outros dez produtos com composição semelhante.
Frente ao problema, a Agência Europeia de Medicamentos fez uma reavaliação dos riscos dos anticoncepcionais, mas concluiu que os benefícios continuam sendo superiores aos perigos. Ainda assim, a recomendação é buscar orientação com profissionais e esclarecer quaisquer dúvidas em relação ao anticoncepcional e trombose.
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