Tabagismo

Veja o que o cigarro de menta causa ao organismo

Por Redação Doutíssima 14/06/2015

Está pensando em experimentar um cigarro de menta? Talvez essa não seja uma boa ideia. Algumas pesquisas sugerem que aqueles que fumam cigarros mentolados ingerem uma maior concentração de substâncias cancerígenas e sofrem de doenças relacionadas ao tabagismo mais do que pessoas que fumam cigarros regulares.

 

Não é por outra razão que, desde 2012, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a utilização de aditivos em todos os produtos derivados do tabaco fabricados e comercializados no Brasil, inclusive cigarro de menta.

cigarro de menta

Pesquisas apontam que cigarros de menta causam mais danos ao organismo. Foto: iStock, Getty Images

 

Cigarro de menta: um início para o vício

Estudos brasileiros feitos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pela Fundação Oswaldo Cruz revelam que 60% dos adolescentes que fumam preferem os cigarros mentolados. Esta foi uma das grandes justificativas usadas pelas Anvisa para proibir estas substâncias em cigarros. Ela é uma opção atrativa para novos fumantes, principalmente os mais jovens.

 

Além disso, jovens que fumam cigarro de menta consomem quase o dobro da quantidade de tabaco que aqueles que fumam um cigarro regular. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Waterloo, no Canadá, usuários de cigarro de menta fumam, em média, 43 cigarros por semana, enquanto os usuários de cigarros tradicionais fumam aproximadamente 26 no mesmo período.

 

O estudo também descobriu que os fumantes de mentol são quase três vezes mais propensos a dizer que pretendem continuar com o vício no próximo ano. Esse quadro é ainda mais crítico se considerado que pesquisas anteriores mostram que a maioria dos adultos fumantes de longo prazo iniciaram o hábito durante a adolescência.

 

cigarro de menta 

Riscos do cigarro de menta para a saúde

Os fabricantes de cigarro de menta usam esta substância porque ela suaviza o sabor dos cigarros acesos. Curiosamente, a ingestão de mentol é bastante segura. Estudos em animais indicam que mesmo doses elevadas não causam toxicidade em órgãos observáveis.

 

Em contrapartida, pesquisas indicam que pessoas que fumam cigarros mentolados são mais propensas a sofrer de doenças relacionadas ao tabagismo. É que o mentol, combinado com a nicotina, inibe a capacidade do corpo para sinalizar a irritação de fumar.

Essa combinação dessensibiliza os receptores nas vias respiratórias, principais responsáveis ​​pela detecção de irritação da nicotina, de acordo com um estudo publicado na revista Molecular Pharmacology.

 

Pesquisadores da Universidade de Georgetown descobriram, ainda, que o mentol utilizado em cigarros atua como um analgésico nos nervos que transmitem os efeitos da fumaça do cigarro para o cérebro.

A nicotina é o componente fisicamente viciante do tabaco e é o principal agente responsável pela irritação das vias respiratórias de uma pessoa. Esta irritação é o que faz com que os fumantes tenham tosse. É também um contribuinte para enfisema, doença pulmonar obstrutiva crônica e câncer.

 

Esta nova pesquisa mostra que o mentol tem um importante efeito farmacológico sobre os fumantes. Além de dessensibilizar os receptores do pulmão e vias respiratórias, ele parece retardar ou impedir a recuperação da sensibilidade à nicotina.

 

Com isso, os especialistas acreditam que o problema está no fato de que o mentol combinado com a nicotina reduz a irritação, permitindo que a pessoa possa tragar mais profundamente. E, ao fazer isso, ela não carrega para dentro de si apenas a nicotina, mas também as demais substâncias tóxicas presentes nos cigarros.

 

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