Clínica Geral

Uso de drogas está entre as causas da endocardite infecciosa

Por Redação Doutíssima 26/06/2015

Em 26 de junho foi instituído o Dia Internacional de Combate às Drogas. A Organização das Nações Unidas (ONU) designou a data com o objetivo de alertar a população para os riscos e consequências do uso de drogas. Dentre as doenças que podem ser ocasionadas pelas substâncias está a endocardite infecciosa.

Essa patologia, segundo artigo publicado pela Revista Portuguesa de Cardiologia, possui altos índices de mortalidade.

endocardite infecciosa

Infecção no coração é causada por bactérias disseminadas através de seringas. Foto: iStock, Getty Images

A endocardite infecciosa (EI) é uma infecção que acomete o endocárdio, que é o revestimento do coração. Muitos casos de endocardite são causados por bactérias ou fungos. Por isso, o uso de drogas ilícitas, especialmente as injetáveis, está diretamente relacionado à condição.

O quadro evolui rapidamente, e as bactérias também podem afetar o cérebro, os pulmões, o fígado e os rins, levando à morte em apenas seis semanas.

Como a endocardite infecciosa afeta a saúde

Os usuários de drogas intravenosas geralmente são afetados pela bactéria Staphylococcus aureus. Ela está presente na superfície da pele e, devido às ‘picadas’ recorrentes com seringas para injetar substâncias, pode ser levada à corrente sanguínea. Quando as bactérias se instalam no coração, surge a endocardite infecciosa.

A doença pode evoluir silenciosamente, embora os sintomas se manifestem logo no início da infecção. Uma das complicações mais habituais ocorre porque os micro-organismos danificam gravemente a válvula cardíaca, dificultando o seu funcionamento normal. Assim, acabam surgindo quadros graves de insuficiência cardíaca.

Além disso, devido ao uso de seringas, as mesmas bactérias responsáveis pela endocardite infecciosa podem se alastrar para os demais órgãos vitais do corpo, fazendo com que eles parem de funcionar normalmente.

De acordo com um estudo publicado pela Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro, as taxas de mortalidade por conta de EI são altas: cerca de 20% dos casos resultam em morte.

Sintomas e tratamento da endocardite infecciosa

A endocardite infecciosa pode se desenvolver vagarosamente ou subitamente, dependendo da gravidade da infecção e da existência de outros problemas cardíacos no paciente. Os sintomas variam, mas geralmente incluem febre alta, calafrios, fadiga, palidez, tosse e sudorese noturna.

O diagnóstico da EI é feito através de exames clínicos. Após ouvir o relato dos sintomas, o médico poderá utilizar um estetoscópio para escutar o coração e detectar qualquer sinal de sopro ou alteração no funcionamento do órgão. Outros testes, como exames de sangue e um eletrocardiograma, podem confirmar a presença da endocardite.

 

O tratamento da EI é feito através do uso de antibióticos fortes, geralmente intravenosos, durante quatro ou seis semanas. O antibiótico é determinado a partir da constatação da bactéria responsável pela infecção. A duração do tratamento depende do quão severa foi a infecção e da resposta do organismo contra a bactéria.

 

Em alguns casos, quando a válvula cardíaca fica muito danificada, pode ser necessário realizar uma cirurgia no local. É preciso tomar cuidado nesse caso, pois a EI pode reaparecer mesmo após o tratamento, especialmente se a pessoa continuar utilizando drogas ilícitas com seringas.

 

Por isso, o acompanhamento psicológico também é fundamental para que o indivíduo possa se afastar das drogas, garantindo sua saúde e bem-estar.

 

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