Abscesso anorretal é uma complicação que ocorre no ânus. Fístulas (bolhas) infeccionadas se formam na parte interna ou externa, causando dor e muito desconforto. Esse problema precisa ser tratado com urgência para aliviar a dor e para não comprometer a saúde – com o risco da infecção atingir outras partes do corpo.
Conforme o médico do serviço de coloproctologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e professor da Faculdade de Medicina da UFRGS, Paulo de Carvalho Contu, a maioria dos abscessos anorretais aparece em razão de algum trauma no canal do ânus.
Processo infeccioso que atinge a região anal pode causar dor intensa e febre. Foto: iStock, Getty Images
“O trauma costuma acontecer por evacuações de fezes endurecidas ou diarreicas, fricção vigorosa com papel higiênico ou lesão direta por objetos introduzidos ou eliminados”, ensina.
Fatores de risco do abscesso anorretal
De acordo com o National Institute of Health, órgão equivalente ao Ministério da Saúde nos Estados Unidos, outros fatores aumentam as chances de um abscesso anorretal:
– Quimioterapia
– Diabetes
– Síndrome do intestino irritável e Doença de Crohn
– Uso de corticóides
– Sistema imunológico enfraquecido (como em casos de HIV)
Diagnóstico e tratamento do abscesso anorretal
O professor universitário enfatiza que qualquer abscesso anorretal é um processo infeccioso e deve ser tratado para evitar o alastramento da infecção na região. Se não tratado, o quadro pode evoluir para gangrena, que é a morte do tecido por falta de irrigação.
Conforme a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), os sintomas são bem claros: dor intensa e contínua associada a um aumento de volume na região próxima ao ânus ou nádegas. Além desses, a SBCP afirma que febre, calafrios e cansaço costumam acompanhar o quadro de abscesso.
O diagnóstico costuma ser feito já na consulta médica, através do exame físico por parte do médico.
Paulo avisa que em alguns casos, quando o abscesso está localizado em regiões mais profundas, pode ser necessário algum exame complementar de imagem, como ecografia ou tomografia.
Quando identificado o problema, o profissional da saúde responsável deve tomar providências imediatas para livrar o paciente do abscesso anorretal. O médico reforça que o tratamento padrão é a drenagem do líquido infeccioso, um procedimento cirúrgico simples.
A drenagem do abscesso anorretal nem sempre requer internação hospitalar e pode ser feita em ambulatório com anestesia local. Dependendo do caso, usa-se também a anestesia peridural, que mantém toda a parte inferior do corpo sem sensibilidade.
Em casos mais severos e profundos, é possível que o paciente permaneça por algumas horas no estabelecimento da área da saúde para que a drenagem seja completa.
A SBCP afirma que quando o abscesso ocorre em pacientes com diabetes, leucemia e condições que levam à deficiência imunológica, o quadro precisa ser analisado e tratado com muito cuidado, pois nesses indivíduos, a infecção pode evoluir com mais rapidez.
Por último, o especialista ainda menciona que o médico responsável pelo tratamento pode receitar o uso de medicamentos antibióticos, para evitar a proliferação das bactérias, e analgésicos para diminuir a dor. Além disso, os cuidados pós-cirúrgicos são importantes para evitar a reincidência.
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