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Mutismo seletivo é considerado uma forma extrema de timidez

Por Redação Doutíssima 12/07/2015

Se você percebeu que uma criança é mais quietinha e costuma não responder quando falam com ela, saiba que pode estar ocorrendo um caso de mutismo seletivo, uma desordem psicológica que acomete principalmente os pequenos.

 

Com menor frequência, ela ocorre também nos adultos. Em ambos os casos, eles são capazes de falar e compreender a língua, mas não se manifestam em certas situações específicas.

mutismo seletivo

Dificuldade em manter contato com pessoas pode ser sinal de uma desordem psicológica. Foto: Shutterstock

Como o próprio nome diz, quem apresenta o mutismo seletivo “escolhe” quando vai ficar “mudo”. Não se trata apenas de birra ou mera timidez, mas de um problema sério descrito no Manual de Estatística e Diagnose de Desordens Mentais, uma referência para tratamento de problemas da mente. Saiba por que esse tipo de mutismo acontece, quais os sintomas e descubra como tratar.

 

Como acontece o mutismo seletivo?

Timidez extrema, retraimento social, dependência dos responsáveis e tendência ao perfeccionismo são os sinais de alerta para o mutismo seletivo. Quem sofre desse problema geralmente não gosta de participar de atividades em grupo e costuma ficar muito calado, principalmente na escola.

 

Os sintomas, porém, podem se manifestar apenas em um local. Por exemplo, a criança extremamente tímida no ambiente escolar pode chegar em casa e falar pelos cotovelos.

 

Assim, esse tipo de mutismo não é considerado um problema de comunicação, pois a pessoa ainda consegue se expressar com gestos e movimentos faciais. É comum confundir com uma variação do autismo ou Síndrome de Asperger.

 

O diagnóstico deve ser feito com um especialista, para que não haja confusões e administração de um tratamento inadequado. Quem apresenta o mutismo seletivo tem dificuldade em manter contato visual, não sorri em público e, geralmente, tem expressões vazias.

 

Pessoas acometidas pela condição também se movem de forma rígida, não correspondem a saudações e despedidas e são bastante sensíveis em aglomerados de gente.

 

Apesar de encontrarem dificuldades em falar sobre si e expressarem seus sentimentos, os mudos seletivos são muito curiosos e demonstram muita inteligência e percepção. São capazes de sentir grande empatia, sensibilizando-se com as emoções dos outros. Também têm um bom poder de concentração e distinguem o certo do errado.

 

Causas e tratamento do mutismo seletivo

São vários os fatores que influenciam no desenvolvimento do mutismo seletivo. Como os casos são raros, pouco se pesquisa sobre o assunto. Por isso, os médicos acreditam que questões ambientais e situações interpessoais estejam relacionadas ao problema.

 

Experiências negativas, como violências físicas, verbais ou decepções costumam desencadear a desordem psicológica. Alguns fatores genéticos também podem ser levados em conta, por isso é importante verificar o histórico emocional da família e possíveis patologias nos pais.

 

Traumas como morte, introdução escolar tumultuada e sequestro também podem levar a um caso desse tipo de mutismo, principalmente aqueles que envolvem a separação entre a criança e seu responsável.

 

Um dos grandes problemas para quem apresenta essa desordem psicológica é o tratamento. Sem muitas referências de casos e estudos, os médicos já encontram dificuldade para realizar o próprio diagnóstico. Crianças quietas são vistas como tímidas demais ou birrentas, pois falam em alguns momentos e, em outros, não.

 

Os métodos que se mostram mais eficazes são os comportamentais, como a psicoterapia e a terapia da fala. Em alguns poucos casos, pode ser necessário a psicofarmacologia, mas apenas quando há outros fatores emocionais associados.

 

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