Filhos

Saiba como evitar com que seu filho vire um aborrescente

Por Redação Doutíssima 21/10/2015

Os desafios da educação de um filho não se encerram na infância. Com a chegada da adolescência, a luta por independência e conflitos internos de personalidade podem fazer do indivíduo o que muitas pessoas chamam de “aborrescente”. O termo apresenta a ideia de que o adolescente é aborrecido e teimoso.

O Dia do Adolescente, comemorado em 21 de outubro e instituído em 1996, abre espaço para campanhas de conscientização que envolvam o jovem. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), considera-se criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 e 18 anos.

No último senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, o Brasil tinha um total de quase 80 milhões de crianças, adolescentes e jovens até 24 anos, cerca de 42% do total da população. Ainda que continuem a envelhecer e a expectativa de vida dos brasileiros tenha aumentado também, o País ainda é considerado essencialmente jovem.

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Em 2010, Brasil tinha quase 80 milhões de crianças, adolescentes e jovens, segundo o IBGE. Foto: iStock, Getty Images

 

Como lidar com o filho aborrescente 

As características que classificam um aborrescente podem variar, mas geralmente esses jovens apresentam impulsividade, egoísmo, insegurança, irresponsabilidade e instabilidade emocional. São bastante questionadores, teimosos e, por vezes, arrogantes.

Entretanto, de acordo com dados de uma pesquisa conduzida pelos psiquiatras Daniel Offer e Kimberly Schonert-Reichl, das Universidades de Northwestern, em Chicago, Estados Unidos, e British Columbia, em Vancouver, Canadá, 80% dos adolescentes passam por essa fase sem maiores percalços.

Ou seja, segundo o estudo, apenas um em cada cinco jovens entre 10 e 19 anos se comporta como um aborrescente de fato. Mesmo assim, ainda é importante lembrar que os limites são necessários durante a transição, assim como devem ser na infância.

Os pais bem devem saber que a adolescência é um período de novas experiências, mudanças de comportamentos, gostos, amigos e ambientes. Ainda de acordo com a pesquisa, o cérebro dos jovens está na culminação da sensibilidade à dopamina e à oxitocina, hormônios responsáveis pelo prazer das recompensas e pelo rápido aprendizado.

Por isso, para conseguir lidar com o filho aborrescente ou evitar que ele ganhe esse comportamento instável, lembre-se como era com sua idade, crie regras simples e claras, envolva os filhos na elaboração das regras, dê o exemplo e seja coerente.

É possível exercer autoridade sem diminuir o adolescente. Ouvir é uma das bases para qualquer conversa. Celebre também cada mudança positiva em sua vida e esteja ao seu lado para as negativas.

 

Direitos conquistados e previstos em lei

Por estarem em uma fase de transição da infância para a vida adulta, os adolescentes também têm direitos. De acordo com seu estatuto, nenhum dos indivíduos deve ser vítima de qualquer forma de violência, negligência, exploração, discriminação, crueldade e opressão, sob punição a qualquer atentado, por ação ou omissão.

Por isso, casos suspeitos ou confirmados de maus-tratos contra criança ou adolescente devem ser obrigatoriamente comunicados ao conselho tutelar do local de residência. Além disso, a faixa etária de 12 a 18 anos também tem direito à educação, para desenvolvimento de sua pessoa, preparo para cidadania e qualificação para o trabalho.

Nesse sentido, são assegurados igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, ser respeitado por seus educadores, direito de contestar critérios avaliativos, direito de organização e participação em entidades estudantis e acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

Ainda, no Brasil é proibido qualquer trabalho a menores de 14 anos, com exceção da condição de aprendiz, caracterizada pela aprendizagem e formação técnica profissional, desde que ministrada segundo diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.

 

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