Doenças erradicadas ou controladas são um alívio para a população. Ainda assim, é comum ver notícias que evidenciam novos surtos de algumas dessas patologias. Entre os exemplos estão a escarlatina, a sífilis e até a peste negra. Na dúvida, vale manter a vacinação em dia e tomar todos os cuidados disponíveis para a prevenção.
Doenças erradicadas no Brasil e no mundo
Erradicar uma doença é tarefa das mais difíceis, seja dentro de um país e ainda mais no mundo todo. Não é à toa que o eliminação da varíola é bastante singular. Causada por um vírus, ela afetou diferentes partes do globo e teve sua primeira epidemia no Brasil ainda em 1563, causando milhares de mortes.
Desde o fim da década de 1970, ela é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma doença erradicada, graças a intensas campanhas de vacinação. Aqui no Brasil, o controle da poliomielite, que causa paralisia infantil, também está entre as principais conquistas da medicina. São menos de mil casos registrados por ano no país.
O infectologista Renato Kfouri lembra, porém, que mesmo as doenças erradicadas ou já controladas, a exemplo do sarampo e da coqueluche, podem voltar a provocar surtos. Basta que haja descuido com a vacinação.
Da mesma forma, patologias características de séculos passados também podem ressurgir em novos casos. Exemplos recentes não faltam, como é o caso da escarlatina. Enquanto há quem acredite que a explicação seja o aumento da resistência por parte das doenças, Kfouri acrescenta que esse nem sempre é o caso.
“A resposta da vacina é rápida e eficiente de uma forma geral, mas depende muito do indivíduo que as recebe. Em geral, as taxas de eficácia são altas, perto de 95%, porém há aqueles que não respondem à vacinação, por questões próprias de seu sistema imunológico’’, explica o infectologista.
Ou seja, ainda é importante manter a vacinação em dia. Vale lembrar que a vacina é a maior responsável pela diminuição e erradicação da incidência de múltiplas patologias, pois ajuda a criar uma barreira de proteção contra vírus e bactérias específicas.
Doenças controladas que voltaram a preocupar
Recentemente, várias doenças que eram consideradas controladas no mundo voltaram a se manifestar de modo mais intenso. Confira um panorama da situação de cada uma delas:
Sífilis
Entre 2005 e 2014, mais de 100 mil casos foram registrados entre gestantes no Brasil. A doença sexualmente transmissível é causada por uma bactéria e, no caso de mulheres grávidas, pode ser transmitida ao bebê – caracterizando a sífilis congênita.
As projeções para 2016 são ainda mais assustadoras: estima-se que possam ocorrer cerca de 42 mil casos de sífilis em gestantes. É preocupante também o fato de que a penicilina – medicamento utilizado no tratamento – está em escassez no mercado.
A doença se tornou conhecida na Europa no final do século 15 e sua veloz disseminação por todo o continente a transformou em uma das principais pragas mundiais. Como qualquer outra doença sexualmente transmissível, pode ser evitada através da prática do sexo seguro, com uso de preservativo.
Escarlatina
Também causada por uma infecção bacteriana, é uma doença que acomete, principalmente, crianças dos cinco aos doze anos. Ela causa dor de garganta e manchas vermelhas na pele. Até então, era considerada um problema característico do século 20. Em 2015, porém, o número de casos no Reino Unido superou os registros de 1967.
A doença é facilmente tratável por meio de antibióticos, mas os cientistas agora estudam a possibilidade de que a bactéria possa ter criado resistência a eles. Prevenir, portanto, ainda é o melhor remédio. Por se tratar de uma bactéria transmitida pelo contato próximo entre as pessoas, é importante evitar o compartilhamento de objetos.
Gripe A
Desde que provocou uma pandemia em 2009, a H1N1 – conhecida como gripe A – continua nos holofotes. Transmitida por um vírus influenza do tipo A, é considerada uma doença respiratória e contagiosa, com casos registrados na Europa, América do Norte, Central e do Sul.
No Brasil, mesmo que a vacina disponibilizada contra a gripe já previna da H1N1, o número de casos ainda é expressivo. Só em São Paulo, durante os três primeiros meses de 2016, já foram identificados 157 infectados.