Nutrição

Entenda os benefícios da glutamina para o organismo

Por Renata Rodrigues de Oliveira 23/12/2014

Você já ouviu falar de glutamina? Esse aminoácido é muito utilisado pelos adeptos de atividades físicas de alta intensidade, na recuperação após os treinos. O que pouca gente sabe é que a glutamina realiza funções vitais para o bom funcionamento de diversos órgãos como pulmões, coração, rim, fígado e intestino.

 

Glutamina e sistema imunológico

 

glutamina

Enonctrada em pé ou em comprimido, a glutamina é essencial para nosso organismo.

 

Glutamina é o aminoácido livre mais abundante no organismo e é conhecido por desempenhar papel na regulação de genes e proteínas de diversas células do organismo, incluindo processos metabólicos, integridade celular, síntese e degradação proteica, reações de óxido-redução, resistência à insulina, secreção de insulina e síntese de matriz extracelular.

 

No sistema imune, a depleção de glutamina leva a uma diminuição da proliferação de linfócitos e diminuição da fagocitose em monócitos. O intestino é uma importante barreira contra a entrada de microorganismos do meio extracelular na corrente sanguínea; a glutamina estimula o aumento da mucosa intestinal, diminuindo a permeabilidade e impedindo a translocação de bactérias. Além de sua função imunomoduladora, a glutamina é também um importante aminoácido para o funcionamento do sistema nervoso central.

 

Importância da glutamina em quadros patológicos e enfermidades

 

Enfermidades gastrointestinais: a glutamina participa da regeneração das células intestinais, visto que este aminoácido é o principal substrato energético dos enterócito, as células absortivas intestinais. Desta forma, o uso da glutamina como suplemento é aconselhado em indivíduos que recebiam nutrição parenteral por muito tempo e apresentavam atrofia da mucosa, indivíduos com síndrome do intestino curto, síndrome de Chron (ainda controverso, mas bastante utilizado) e tratamento e prevenção da úlcera gástrica e constipação.

 

Terapias anticâncer: por se tratar de um aminoácido que é amplamente utilizado por células de alto desenvolvimento, alguns especialistas ainda mostram-se receosos quanto à sua utilização. Entretanto vários estudos demonstram que a mucosa intestinal de indivíduos com câncer consome o dobro de glutamina, reduzindo drasticamente a concentração sérica deste aminoácido. Além disso, o uso de glutamina como suplemento teve resultados na quimioterapia e radioterapia, potencializando seu efeito e ajudando a regenerar células do organismo que sofrem os efeitos colaterais destas terapias.

 

Transplantes e grandes cirurgias: a suplementação de glutamina endovenosa em pacientes submetidos a cirurgias ou transplantes atua como anticatabólico, ajuda na regeneração muscular e diminui a incidência de infecções hospitalares.

 

Grandes queimados: não há estudos que tenham sido realizados com o uso de glutamina em pacientes acometidos por injúria térmica. Entretanto outros estudos relacionados a outras patologias mostram benefícios que poderiam ser usufruídos por estes pacientes, como desenvolvimento de células do sistema imunológico, aumento da resistência a infecções, prevenção do catabolismo protéico muscular, entre outros.

 

Bebês prematuros: Em bebês prematuros o uso de glutamina endovenosa pode favorecer o crescimento da criança, a maturação do trato gastrointestinal prevenindo a enterocolite, prevenindo o catabolismo protéico muscular e visceral, melhorando o balanço nitrogenado e auxiliando o desenvolvimento de células do sistema imunológico aumentando a resistência a infecções.

 

AIDS: A glutamina é um aminoácido essencial para manutenção de vários processos metabólicos que são afetados no paciente com HIV. Nestes pacientes ocorre má absorção intestinal, catabolismo protéico, imunossupressão, infecções oportunistas, entre outros.

 

Em todas as funções citadas, a glutamina desempenha papel positivo no reestabelecimento e regeneração destas condições.

 

glutamina

A glutamina auxilia na recuperação após os treinos e evita o catabolismo

 

Exercício físico: o músculo esquelético é o maior produtor de glutamina sob algumas condições fisiológicas, como exercícios de longa duração. Entretanto, a diminuição da concentração sérica de glutamina foi encontrada em indivíduos com overtraining. A glutamina age no aumento da massa muscular.

 

A suplementação de glutamina no exercício visa reestabelecer a concentração de glutamina sérica após o treinamento, tentando reverter a janela imunossupressora ocorrida pós-exercício, pelo aumento do cortisol. Esta imunossupressão é comum em atletas, onde observa-se com frequência infecção das vias aéreas do trato superior. Atletas submetidos a longo período de treinamento podem se beneficiar do uso de glutamina como suplemento para evitar os efeitos imunossupressores do treinamento.

 

Para saber mais sobre nutrição, acesse www.renatarodriguesoliveira.blogspot.com 

 

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