Motivação

Mulheres no mercado de trabalho: a realidade no Brasil

Por Redação Doutíssima 11/03/2015

Mesmo no século XXI, as diferenças salariais entre homens e mulheres no mercado de trabalho ainda são sentidas. Exercendo a mesma função que os homens, elas ainda ganham menos do que eles. A diferença salarial pode chegar a 30% e isso não é exclusividade no Brasil.

 

Durante a cerimônia do Oscar 2015, Patricia Arquette, que levou o prêmio de melhor atriz coadjuvante por Boyhood, fez um discurso forte no qual pedia pela igualdade de direitos entre os gêneros. O que, segundo ela e confirmado pela empolgação de Meryl Streep, não acontece em Hollywood.

mulheres no mercado de trabalho

Diferença de salários entre homens e mulheres ainda é uma realidade no Brasil. Foto: iStock, Getty Images

A fala da atriz acontece às vésperas do Dia da Mulher e serve para que as sociedades repensem o papel das mulheres no mercado de trabalho, mas também na família e na sociedade como um todo.

 

Mulheres no mercado de trabalho brasileiro

 

Pela primeira vez na história do Brasil, as mulheres superaram os homens no mercado de trabalho no setor privado. Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres assalariadas chegam a 58,5% (619.800) contra 41,5% (438.900) dos homens.

 

Números que mostram a evolução das mulheres no mercado de trabalho. Em 2007, o percentual era de pouco mais de 40%.  Mas o que fez com que a inserção feminina aumentasse em tão pouco tempo?

 

A resposta para o aumento das mulheres no mercado de trabalho não é simples, mas tem uma explicação lógica e que envolve a mudança de pensamento.

Elas têm estudado mais, em média 7,3 anos contra 6,3 dos homens e também são maioria no estudo superior, 54,1%; estão tendo menos filhos, a média nacional é de 1,7 crianças; e tendo filhos mais tarde, próximo aos 27 anos.

 

A mulher também não se permite mais viver à sombra do homem. Ela quer uma casa melhor, ir ao salão de beleza, comprar uma roupa nova, dar mais oportunidades aos filhos e para isso não quer depender do marido ou companheiro.

 

De acordo com o Sebrae nacional, 60% dos novos empreendimentos são conduzidos por mulheres. No entanto, apenas 8% de todos os empreendedores no país são mulheres. Isso porque, segundo a entidade, elas ainda buscam por um emprego formal com todos os direitos assegurados, como 13º salário, férias, licença-maternidade e por doença.

 

Mulheres no mercado de trabalho e as desigualdades

 

A diferença salarial entre homens e as mulheres no mercado de trabalho ainda é grande. Outro estudo recente do IBGE mostra que elas receberem o equivalente a 79,8% dos salários dos homens.

Em média, eles recebem R$ 2.126,67 contra 1.697,30 reais. Nas áreas rurais, principalmente da região Norte, as mulheres recebem quase metade, 45,1%, dos salários dos homens.

 

Quando os números são relativos a mulheres negras ou pardas no mercado de trabalho, a discrepância é ainda maior. Em média, elas recebem 35% a menos do que os homens brancos. A diferença segue entre elas também. As mulheres brancas recebem, em média, 52% a mais do que as mulheres negras ou pardas.

 

As mulheres têm ainda que lidar com a ausência de ganhos quando é dona de casa. Mesmo sendo responsáveis pela limpeza da casa, da alimentação da família e do ir e vir dos filhos, elas não recebem qualquer valor do marido e, em alguns casos, ainda passam por humilhação e violência doméstica.

 

 

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