Medicamentos

Conheça o ZMapp, a droga da esperança contra o ebola

Por Redação Doutíssima 24/03/2015

Recentemente, o mundo comemorou a descoberta de uma medicação contra o vírus ebola, chamada ZMapp, com três tipos de anticorpos e desenvolvida a partir da planta do tabaco.  Quando acessa a corrente sanguínea do paciente, é capaz de impedir o desenvolvimento da doença e eliminar o vírus.

 

A droga é produzida pelos laboratórios Mapp Biopharmaceutical em parceria com agências públicas do Canadá e dos Estados Unidos, e é utilizada – desde agosto de 2014 – com aprovação do Comitê de Ética da Organização Mundial da Saúde (OMS) no tratamento para eliminar o vírus do ebola do organismo.

ZMapp

Medicamento com origem no tabaco é esperança na luta contra o Ebola. Foto: iStock, Getty Images

A esperança incerta do ZMapp

Ainda não há estudos que comprovem a segurança da utilização do ZMapp em humanos. Também não há resultados 100% positivos em todas as pessoas que se submeteram ao tratamento com essa droga. O que se sabe é que seu uso foi bem sucedido em animais e em missionários norte-americanos.

 

Por outro lado, não apresentou resultado positivo em um médico africano e um padre espanhol. Por conta disso, não é possível ainda ter conclusões precisas a respeito de o ZMapp ser ou não a salvação contra o ebola, mas nada impede que continue sendo a esperança de milhares de pessoas infectadas com o vírus.

 

ZMapp: entenda o que é o ebola

O ebola é um vírus altamente infeccioso, cuja mortalidade pode chegar a 90% dos casos, segundo dados da OMS. Tem cinco linhagens e a mais letal delas é chamada Zaire. É essa a predominante na epidemia, que desde março de 2014 atinge a África Ocidental e é considerada a maior da história.

 

1. Sintomas

Pacientes expostos ao vírus ebola começam a apresentar sintomas entre dois a 21 dias após o contato com a doença. Os sintomas iniciais são semelhantes aos de uma gripe: febre, dor de cabeça, garganta inflamada, dor articular e muscular, além de fraqueza.

Em um estágio mais avançado, a doença pode causar vômitos, diarreia, vermelhidão nos olhos, inchaço dos genitais e hemorragia interna e externa.

 

2. Transmissão

O vírus ebola foi descoberto em 1976 e se manifesta em surtos esporádicos desde então. Os primeiros registros do vírus foram encontrados em macacos, chimpanzés e outros primatas que vivem na África.

 

Acredita-se que o morcego seja o responsável por transmitir o vírus para outros animais. Macacos, antílopes e porcos-espinho também são afetados pela doença.

É possível contrair ebola por meio do contato direto com os fluidos corporais de um animal infectado ou humano. Esses incluem sangue, saliva, sêmen, vômito, urina ou fezes.

 

3. Tratamento

Uma vez que a doença foi curada, a pessoa está imune ao vírus ebola e pode ter contato com outros infectados sem maiores riscos. O tratamento, entretanto, está mais difícil de se alcançar. É aí que entra a utilização do ZMapp como droga experimental, uma esperança de cura e de erradicação da doença.

 

Conforme o Comitê de Ética da OMS, diante da epidemia, seria ético oferecer tratamentos, mesmo cuja eficácia ou efeitos colaterais ainda não tivessem sido demonstrados, como tratamento de caráter preventivo.

 

Mas o uso do medicamento experimental ZMapp em dois americanos e um padre espanhol – que faleceu em Madri – infectados com o vírus quando trabalhavam na África, provocou um intenso debate ético, já que a droga parece apresentar resultado positivo nos americanos, ao contrário do religioso espanhol.