O sexo entre primos ainda é um assunto que gera muita polêmica porque há uma suposição de que dele nascerão filhos com defeitos congênitos. Pesquisas realmente confirmam que há maiores chances de isso ocorrer quando o bebê é fruto dessa relação, mas especialistas indicam que esse aumento não é tão significativo quanto algumas pessoas supõem.
Existe algum risco do sexo entre primos?
Já na antiguidade o relacionamento entre primos era algo comum. Charles Darwin e sua esposa Emma, por exemplo, eram primos de primeiro grau e tiveram 10 filhos, todos eles saudáveis.
Hoje, muitos posicionam-se contra o sexo entre primos. As pessoas dizem que um relacionamento dessa natureza tem maiores chances de resultar em um filho com defeitos ou até mesmo em morte prematura. Essa suposição é confirmada por pesquisas, mas elas indicam que esse maior risco não é tão significativo.
Alguns estudos sobre sexo entre primos que resultaram em uma gravidez estimam que os riscos de doença e morte prematura são três a quatro por cento mais elevada do que no resto da população. Porém, outros cientistas apontam que esses riscos podem ser ainda menores.
Um estudo de 1994, por exemplo, encontrou uma taxa média de 4,4% a mais de mortalidade pré-reprodutiva quando a gestação é fruto de sexo entre primos. Em 2009, outro levantamento concluiu que essa taxa é ainda menor, 3,5%. O aumento do risco é semelhante à possibilidade de nascimento e mortalidade que uma mulher enfrenta quando engravida aos 41 anos de idade.
Por outro lado, as possibilidades de defeitos congênitos em um bebê fruto da relação sexual entre primos também não são assim tão significativas.
Em abril de 2002, um levantamento publicado no Jornal de Aconselhamento Genético concluiu que o risco médio de defeitos congênitos em uma criança nascida de primos de primeiro grau é entre 1,7 a 2,8% maior do que em relação a uma base média de risco para casais não-primos.
Genética explica os riscos do sexo entre primos
Os riscos são um pouco maiores porque pessoas que possuem relação de parentesco possuem maior possibilidade de terem os mesmos genes recessivos. Quando as pessoas não possuem relação de parentesco, as probabilidades e o perigo são menores.
Não há problema quando você carrega apenas uma cópia deles, mas quando há duas cópias, eles causam doenças – a fibrose cística é um exemplo. No caso de duas pessoas com um mesmo gene recessivo terem um filho, há 25% mais chances de que esse filho ter duas cópias do mesmo gene.
Por que pode ser considerado um tabu?
Embora os números confirmem que há maior risco de defeitos congênitos ou mortalidade quando há uma gestação fruto de sexo entre primos, é um tabu dizer-se que essa relação seria inviável.
Do próprio ponto de vista da ciência, as chances de problemas são bastante semelhantes às de mulheres que engravidam após os 40 anos – e poucos são os que se mostram contrários a uma gravidez nessa fase da vida.
Por outro lado, quando se usa esse argumento científico contra uma relação entre primos, não se considera que eles talvez não desejem ter filhos e que os métodos de contracepção hoje são extremamente difundidos.
Vale lembrar, ainda, que no atual estágio da ciência, é possível antecipar riscos de defeitos genéticos, e que existem também outras formas de concepção que não o sexo tradicional.
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