Desde o nascimento, o ser humano precisa de alguém. Essa necessidade segue vida afora, em todas as áreas, no trabalho, na escola ou nos meios sociais. A existência é construída com base em relacionamentos, mas algumas pessoas têm limitações e dificuldades nesse aspecto. Esse tipo de indivíduo pode ser denominado de individualista.
De acordo com a psicanálise, esse sujeito também pode ser classificado como narcísico. Quem é norteado pelo individualismo, costuma projetar uma imagem de perfeição sobre si mesmo, além de ter dificuldades de se reconhecer nos outros.
Assim, o individualista pode ser um sujeito que se esconde na arrogância e na prepotência, geralmente atacando para se defender. Não aceita trocar ideias, tampouco é flexível, e é muito crítico. Para ele, tudo o que não for de seu interesse sinaliza uma ameaça ou risco. Ele entende que pode e é capaz de realizar qualquer coisa sozinho.
Como surge o individualista?
As causas desse comportamento podem estar ligadas à história de vida da pessoa e começarem lá na infância. A falta de atenção, afeto e apoio, de um olhar mais atento por parte principalmente de pais ou cuidadores, pode influenciar na construção desse tipo de personalidade.
Com isso, o sujeito tende a compensar a falha ao voltar o olhar completamente para si mesmo, para suas vontades e ações. Acreditam que, como não precisaram de apoio anteriormente, podem seguir assim pelo resto da vida.
Mas também pode acontecer da forma inversa. Justamente por terem sido mimadas desde cedo, essas pessoas acreditam que o mundo as receberá sempre dessa forma. Crescem sendo “as mais” em todos os quesitos positivos: mais inteligentes, mais bonitas, mais eficientes. O resultado é um ego inflado e um pensamento de autossuficiência.
E isso foi comprovado por um estudo publicado em 2015, no qual pesquisadores da Universidade de Amsterdã acompanharam 565 crianças por um período de um ano e meio.
Nesse tempo, eles avaliaram como os pais conseguem influenciar o pensamento e a personalidade dos filhos ao estimularem o narcisismo e o individualismo, dizendo o quanto eles são especiais e melhores que os outros. Como consequência, essas crianças tendem a apresentar uma personalidade excessivamente vaidosa.
Normalmente, pessoas com essa personalidade procuram, para se relacionar, pessoas com o perfil muito parecido com o seu. O que parece ser afinidade, em um primeiro momento, é uma maneira de enxergar, no outro, a si mesmo.
O individualista se apaixona por si mesmo ao se relacionar com pessoas muito parecidas com ele. A relação é de egocentrismo puro, sem lugar para a parceria.
Por fim, existe o individualista que busca o oposto de si, mas deseja alguém com baixa autoestima para que possa viver a seu dispor, pois precisa de alguém que o admire. Em qualquer uma dessas relações, as turbulências e conflitos são inevitáveis.
Como lidar com o individualista?
Para lidar com isso, a terapia é uma das melhores alternativas. Um mergulho em si mesmo, com disposição para mexer nas feridas e curá-las é o passo mais importante para o controle desse tipo de personalidade.
Enfrentar e se relacionar com um individualista também pode ser um desafio e, da mesma forma, o tratamento psicoterapêutico pode sinalizar respostas positivas para o relacionamento.
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