A pobreza e a falta de alimentos são as principais razões da desnutrição infantil ao redor do mundo. Quando há uma escassez de alimentos nas famílias, as crianças são as mais vulneráveis à desnutrição pelo motivo de terem necessidades energéticas elevadas.
Acontece que nem sempre é apenas esse o problema: há um risco aumentado de desnutrição infantil associado a doenças crônicas, especialmente as do trato intestinal, rins e fígado.
O dia 28 de agosto é o Dia do Combate à Desnutrição, momento que serve para debate e alertas sobre a questão. Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONu), o Brasil é um dos países mais bem-sucedidos no combate à desnutrição e à pobreza. Entre os anos de 2000 a 2006, o índice de subnutrição no país caiu de 10,7% para menos de 5%.
Desnutrição infantil é mais do que sentir fome
Uma dieta deficiente em calorias, proteínas, vitaminas e minerais é capaz de levar à desnutrição infantil. As causas dessa deficiência podem ser falta de fontes de alimentos disponíveis, incapacidade de absorver nutrientes ou má alimentação.
No caso das crianças, doenças crônicas como câncer, fibrose cística, doença celíaca e distúrbios intestinais também podem fazê-las perder peso rapidamente, tornando-as suscetíveis à desnutrição. Esses problemas interferem na capacidade delas de absorver vitaminas valiosas, ferro e outros nutrientes necessários.
Os sintomas de desnutrição variam conforme as deficiências nutricionais. A perda de peso, muitas vezes, é um desses sinais, assim como pele com aspecto pálido, grosso, seco e sensível a machucados. As erupções cutâneas e alterações na pigmentação também ocorrem com frequência.
Além disso, fadiga, tontura, anemia, diarreia, bócio, perda de reflexos e falta de coordenação, contrações musculares, diminuição da resposta imune e descamação e rachaduras nos lábios e boca ainda podem ser indícios do problema.
De acordo com a UNICEF, quase metade das mortes em crianças menores de cinco anos são atribuíveis à desnutrição. A subnutrição as coloca em maior risco de óbito por infecções comuns, bem como aumenta a ocorrência ou frequência de doenças.
A interação entre desnutrição infantil e infecção é capaz de criar um ciclo potencialmente letal de deterioração do estado nutricional. A má nutrição nos primeiros mil dias de vida de uma criança pode levar a um crescimento atrofiado, que é irreversível e associado a baixa capacidade cognitiva e desempenho escolar reduzido.
Multimistura e o combate à desnutrição infantil
A Pastoral da Criança é uma das mais importantes organizações de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e combate a desnutrição infantil desde 1883.
Foram dois anos após sua fundação que surgiu a receita que iria mudar a vida de muitas crianças: a multimistura, um suplemento nutricional feito com farelos e que possui benefícios para a saúde.
Atualmente, ela é distribuída em todo o Brasil, e também em países com problemas nesse campo. A receita da multimistura é fácil e indicada para qualquer pessoa que tenha problemas com subnutrição. Confira.
Ingredientes:
– 50g de casca de ovo fervida, torrada e triturada (opcional)
– 50g de semente de abóbora torrada ou semente de gergelim triturada
– 600g de farelo de arroz triturado e cozido (sem colocar água)
– 200g de farinha de milho ou fubá
– 100g de pó de folha de mandioca (aipim) torrada no forno baixo, triturada e peneirada (contém ferro e vitamina C)
Modo de preparo:
Para fazê-la, basta misturar e guardar na geladeira por até quatro meses. As crianças pequenas devem consumir duas colheres de chá por dia, misturadas na comida ou sucos, e os adultos duas colheres de sopa.
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