Para uma mulher que se preparou para ser mãe, cuidar e amar incondicionalmente seu bebê, é difícil pensar em algo como psicose puerperal. Considerada um transtorno de humor, ela ocorre logo depois do parto e se caracteriza por sintomas como fortes crises de ansiedade, choro e sentimento de incapacidade.
Entenda o que é a psicose puerperal
Segundo a Revista de Psiquiatria Clínica da Universidade de São Paulo (USP), a psicose puerperal afeta principalmente as mulheres que já têm histórico de complicações psiquiátricas como transtorno bipolar.
Antes de mais nada, é importante entender que reações emocionais depois que o bebê nasce são perfeitamente normais. Em alguns casos, a psicose puerperal é confundida com a depressão pós-parto. Mas não é bem assim.
Pode acontecer de a mãe se sentir insegura, triste, ansiosa e ter momentos de tristeza. Mas na maioria das vezes, esse quadro é superado pela própria mulher em até seis meses, sem necessidade de ajuda médica ou de outro especialista.
Quando expele a placenta, a mulher sofre uma queda bastante brusca dos hormônios progesterona e estrogênio. Isso a deixa bastante vulnerável à mudança de humor e alguns distúrbios psicológicos. É aí que a psicose puerperal pode entrar em cena. Esse transtorno costuma atingir de uma a duas mulheres a cada mil partos.
Mas o que causa o problema? Há fatores biológicos, mas também outros motivos, os chamados fatores sociais, quando a mãe passa por problemas emocionais, financeiros ou familiares. Assim, é mais comum que esse transtorno atinja mulheres que se tornam mães solteiras que, sem o apoio do companheiro, acabam arcando com todas as responsabilidades sozinhas.
Sintomas do transtorno
O transtorno se caracteriza como um contexto de delírios graves em que a mãe pode atravessar surtos, pensando que seu filho ainda não nasceu ou que nasceu morto ou ainda com alguma doença.
É um quadro de muita confusão, no qual a mulher está totalmente incapacitada de tomar qualquer tipo de decisão, muito menos tem condições de criar uma criança. Ela não tem controle algum sobre seus níveis de atenção e de concentração, e isso pode ser extremamente perigoso para a criança, inclusive com risco de morte para o recém-nascido.
Por isso, é fundamental procurar tratamento ao identificar pensamentos e comportamentos que fogem do padrão normal.
Como tratar a psicose puerperal
O tratamento aplicado em casos de psicose puerperal segue no mesmo processo das psicoses de um modo geral, com medicamentos e terapia. As mulheres que têm histórico de outros distúrbios seguem o tratamento normalmente.
Já as que não têm histórico de doenças dessa natureza, deverão responder bem ao processo. É importante ressaltar que o aleitamento materno precisa ser suspenso, para que o tratamento tenha efeito positivo.
Outro aspecto bem relevante em casos desse transtorno é que ele não atinge somente a mãe. Muitas vezes, chega a afetar toda a família da mulher. Quando o pai é presente, é ele quem costuma compensar a ausência da figura materna. Mas o mais importante é que a criança seja assistida por um adulto. E que a mãe e a família busquem ajuda terapêutica.
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