Pesquisas já demonstraram que o cérebro dos bebês começa a se desenvolver nas primeiras semanas de gestação. Agora cientistas britânicos estão tentando mapear a forma como as conexões nervosas cerebrais se dão ainda no útero e após o nascimento. Acredita-se que o estudo será capaz de ajudar a determinar como o bebê pensa e vê o mundo e ter um papel importante na detecção de doenças como o autismo.
Estudo busca conhecer as “redes neurais” do cérebro dos bebês
Pesquisadores no Reino Unido estão desenvolvendo uma investigação para mapear mudanças e evolução no cérebro dos bebês antes e após o nascimento. Os cientistas do Guy’s and St. Thomas’ Hospital, do King’s College, do Imperial College e da Universidade de Oxford querem traçar pela primeira vez a forma como as redes neurais se formam e os padrões de atividade cerebral nesses dois momentos.
Anteriormente, um projeto semelhante chamado “Projeto Conectoma Humano” analisou os cérebros de adultos e descobriu que essa tecnologia era capaz de efetivamente mapear mudanças cerebrais. Os cientistas ingleses utilizarão justamente esses sofisticados métodos de digitalização para tentar traçar as taxas normais de desenvolvimento do cérebro infantil.
Em outros tempos, a obtenção de imagens claras do cérebro dos pequenos era quase impossível porque eles se movimentavam constantemente. Ocorre que com a tecnologia 3D os pesquisadores podem obter imagens nítidas, mesmo quando o bebê está em movimento.
Examinar os cérebros dos bebês enquanto eles ainda estão no útero materno, nasceram prematuramente ou então no tempo correto permitirá aos cientistas definir linhas-base do desenvolvimento normal. A partir daí, acredita-se que eles possam investigar como as crianças são afetadas por problemas ocorridos por volta de seu nascimento.
Pesquisa pode ajudar a identificar problemas de saúde
A intenção desse estudo é analisar e interpretar dados de 1.500 crianças, desde as 23 semanas de gestação até o tempo normal de nascimento. Em seguida, a ideia é comparar os dados às habilidades das crianças por volta de seus dois anos de idade. O objetivo é apurar tanto o desenvolvimento normal como explorar os primeiros sinais de deficiências, como autismo e transtornos de déficit de atenção.
Os pesquisadores também desejam criar um conectoma, espécie de diagrama de fiação do cérebro fetal que mostrará a formação de estruturas cerebrais como o córtex – responsável pelo pensamento – e o hipocampo – central da memória –, bem como a conexão entre eles.
Imagina-se que a tecnologia tornará possível criar um atlas que mostra o cérebro humano em diferentes fases de desenvolvimento. Um dos principais focos do estudo é comparar o cérebro de crianças que se desenvolvem normalmente com o daquelas que apresentam distúrbios como autismo e déficit de atenção, apurando se a manifestação é produto da forma como o cérebro desenvolve-se no útero.
Essas informações poderão ser bastante úteis no futuro, seja para o desenvolvimento de novos tratamentos para esses problemas, seja para melhorar as condições de bebês com risco de danos cerebrais a longo prazo.
Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima! Clique aqui para se cadastrar!