Todo mundo já tentou enganar um amigo ou parente no dia 1º de abril. O problema é quando a brincadeira vira rotina e a mentira compulsiva, difícil de controlar. Nesse caso, é preciso ter atenção e buscar ajuda especializada.
Mentir pode ser sintoma de transtorno
A mentira compulsiva não chega a ser um transtorno psiquiátrico documentado. Geralmente, é a descrição do que pode ser um sintoma de outra doença, como transporte de personalidade bordeline, narcisismo ou transtorno bipolar.
Isso não significa que todos os mentirosos sofrem de problemas mais sérios, mas normalmente há uma causa subjacente para esse comportamento. É possível que a pessoa deseje recompensa ou reconhecimento. Dessa forma, busca atenção e a estima de outros para combater sentimentos de inadequação.
Quem sofre desse mal pode não ser capaz de controlar as mentiras e geralmente não experimenta qualquer culpa. Essa ausência de remorso é explicada pelo fato de que o indivíduo se torna tão envolvido na mentira que acaba acreditando nela.
Com o tempo, a pessoa vai se tornando hábil em mentir e fica difícil que os outros determinem se ela está dizendo a verdade. Um estudo publicado na Acta Psychiatrica Scandinavica indica que 40% dos mentirosos compulsivos possuem uma disfunção do sistema nervoso.
Além disso, um levantamento trazido no British Journal of Psychiatry destaca que mentirosos têm aumento da quantidade de matéria branca no cérebro, o que sugere que é possível existir uma predisposição para o problema.
Características da mentira compulsiva
Muitas características são comuns em histórias de pessoas que costumam mentir. Se você conhece alguém que sempre falta com a verdade, procure identificar os traços a seguir:
- As histórias contadas não são totalmente improváveis e podem conter algum elemento de verdade. Não são uma manifestação de delírio ou algum tipo mais amplo de psicose
- Elas não são provocadas pela situação imediata ou pressão social, pois se trata de uma característica inata da personalidade
- O mentiroso tende a aparecer de forma favorável. Por exemplo, a pessoa pode ser apresentada como sendo extraordinariamente corajosa ou solucionadora de um problema
Vale saber que há tratamento para mudar essa realidade. Contudo, somente eles só conseguem ser eficazes se o mentiroso compulsivo concordar em se tratar. Grande parte das vezes, são amigos e familiares que precisam se adaptar à situação para manter o relacionamento.
Quando o mentiroso aceita buscar ajuda profissional, geralmente os psiquiatras costumam prescrever antidepressivos, para tratar problemas subjacentes como depressão ou baixa autoestima.
Medicamentos contra ansiedade também podem ser usados para diminuir esse sentimento que leva o indivíduo a mentir. Porém, uma das formas mais eficazes para atacar o problema é a terapia comportamental, em que ele pode conversar sobre o assunto e entender melhor como se sente.