Há muita preocupação sobre alimentação e nutrição durante a gravidez. Uma dessas preocupações é sobre o adoçante na gravidez. É permitido usar adoçantes durante a gravidez? Muitas mulheres vão cortar açúcar de sua dieta, apenas para substituí-lo com alimentos e bebidas que são adoçadas artificialmente.
Usando adoçantes artificiais durante a gravidez
Adoçantes artificiais são ingredientes que acrescentam doçura aos alimentos. São utilizados em refrigerantes, sobremesas, doces e tortas. Existem duas categorias de adoçantes: nutritivos (contêm calorias) e não nutritivos (sem calorias).
Edulcorantes nutritivos (por exemplo, o açúcar de mesa) são extraídos de vegetais e frutas. Estes aditivos contribuem calorias à dieta, mas eles contêm algumas vitaminas ou minerais. Quando usado com moderação, adoçantes nutritivos são considerados seguros para consumo durante a gravidez assumindo que eles não estão a contribuir para o ganho de peso em excesso.
No entanto, as mulheres com intolerância aos carboidratos, como nos casos de diabetes gestacional, diabetes mellitus, ou resistência à insulina, precisam limitar o uso de adoçantes nutritivos.
Os edulcorantes não nutritivos (artificiais) são adicionados em quantidades muito pequenas de alimentos para um efeito significativo e foram aprovados para utilização em alimentos e bebidas dietéticas ou de calorias reduzidas.
Adoçante na gravidez: adoçantes considerados seguros
Rebaudiosídeo A: (Stevia)
Este é um adoçante novo e comum que é frequentemente utilizado em refrigerantes e sucos. A FDA (Food and Drug Administration) considera Stevia como seguros durante a gravidez.
Acessulfame de potássio: (Sunett)
Este adoçante é adicionado a produtos de panificação, sobremesas congeladas, açúcar livre gelatinas, pudins e bebidas. Acessulfame de potássio tem sido considerado seguro para usar com moderação durante a gravidez pela FDA.
Aspartame: (Igual, Zero Cal, NutraSweet)
Encontra-se frequentemente como um aditivo para refrigerantes, gelatina, sobremesas, misturas de pudim, cereais de pequeno almoço, bebidas, goma de mascar, produtos lácteos e outros alimentos e medicamentos. De acordo com a FDA, o aspartame é seguro para uso durante a gravidez (com raras restrições) e lactação.
Recomenda-se a limitar o consumo a um nível moderado. Por exemplo, o aspartame, liberado na gestação, em dose altas tem efeitos tóxicos, para isso a paciente teria que ingerir mais de 53 saquinhos de 8 mg de um adoçante comum de aspartame.
Sucralose: (Finn, Gold, Linea, Assugrin)
Este é adoçante, não calórico, é feito a partir de açúcar. Sucralose foi aprovada para uso em assados, misturas de cozimento, bebidas não alcoólicas, goma de mascar, café e chá, produtos confecções e geada, gorduras e óleos, sobremesas lácteas congeladas e misturas, sucos de frutas, substitutos do açúcar, molhos doces, coberturas e xaropes. Ele também pode ser usado como “edulcorante de mesa”.
Sucralose não tem efeito sobre o açúcar no sangue, não oferece calorias e é considerado seguro durante a gravidez e lactação. De acordo com a FDA, a sucralose é seguro para todos, incluindo mulheres grávidas.
Adoçantes artificiais que não são seguros para uso durante a gravidez
Sacarina: (Sweet ‘N Low, Adocyl)
Embora não seja utilizado tanto quanto no passado, ainda parece em muitos alimentos, bebidas e outras substâncias. A FDA não considera sacarina uma adoçante não seguro.
Os estudos mostram que a sacarina atravessa a placenta e podem permanecer no tecido fetal, por isso seu uso para as mulheres grávidas ainda permanece em questão.
Ciclamato
Ciclamato está proibida para uso nos Estados Unidos e não há dados suficientes sobre a segurança de seu uso durante a gravidez. Se você pretende usar adoçantes artificiais e está grávida, é sempre melhor falar com o seu médico sobre qual edulcorante que você usa e quanto você consome.
Antes de usar adoçante na gravidez, consulte seu médico ginecologista e/ou um nutricionista.
Dr. Vamberto Maia Filho possui graduação em medicina pela UFPE (2001). Realizou residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (2004) e em Reprodução Humana (2005) pelo Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP). Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO/TEGO – 2004) e em endoscopia ginecológica (Video-laparoscopia e Histeroscopia – FEBRASGO – 2005). Médico do setor de Ginecologia-Endócrina da UNIFESP com ênfase no ensino com linha de pesquisa em implantação embrionária. Responsável pelo ambulatório de hirsutismo do setor de Ginecologia-Endócrina da UNIFESP. Doutor pela UNIFESP. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva – ASRM. Membro da Sociedade Européia de Reprodução Humana – ESHRE.