Você tem ideia do que seja a eclâmpsia e suas consequências para a saúde da mulher e do ser que vai nascer? Atravessar os nove meses de uma gestação pode ser uma aventura incrível para muitas mulheres. Porém, apesar de existirem diversos motivos de alegrias e surpresas, o trajeto até o nascimento do bebê pode apresentar alguns percalços e complicações.
A eclâmpsia e a pré-eclâmpsia são dois problemas que podem ocorrer na gravidez. Tratam-se de patologias, ou etapas, diferentes em estágios distintos na sua evolução, como explica o médico ginecologista Sergio Toledo.
A pré-eclampsia é o aparecimento de hipertensão arterial e proteína significativa na urina após a metade da gravidez, depois da vigésima semana e incide, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertenção (SBH), em 5 a 7% das gestações.
Já a eclâmpsia ocorre quando a gestante, além da pressão arterial elevada e proteína na urina, apresenta convulsão. “Ainda hoje em nosso país, é a maior causa de obituário materno de nossas gestantes”, completa o médico. De acordo com a SBH, essa doença crônica acomtece cerca de 5% das gestantes brasileiras.
Eclâmpsia entre as principais causas de morte
Esse grupo de complicações na gravidez, ressalta o medico, é responsável por elevados índices de natimortalidade tanto materna quanto fetal.
De acordo com médico, os principais fatores de risco para essas complicações são: gestantes nos extremos da vida reprodutiva (menores de 18 anos e maiores de 40 anos), tabagismo, etnia afro-descendente, obesidade, troca de parceiro sexual, antecedente familiar positivo e recorrência da mesma doença em gestações prévias.
A prevenção da pré-eclampsia e da eclâmpsia, de acordo com Toledo, vem sendo estudada há muitos anos. Mas a complexidade dessa complicação nas gestantes não tem permitido muitos avanços. Pesquisas intensas já foram desenvolvidas, segundo ele, no sentido de descobrir uma forma de prevenção ou uso de medicamentos e suplementos.
Medicamentos na prevenção à eclâmpsia
O uso de aspirina em baixas doses, a suplementação de cálcio, restrição de proteína e sal, suplementação com zinco e magnésio, vitaminas e antioxidantes, repouso e dieta com exercícios físicos, assim como a utilização de medicamentos como diuréticos e progestágenos, são exemplos desses estudos.
“Porém, infelizmente, nenhum se mostrou eficaz na gestante de baixo risco para minimizar o aparecimento nefasto da doença”, comenta o ginecologista.
Assim, continua, os cuidados da gestante portadora de pré-eclampsia ou eclâmpsia, deverão ser realizados com fatores sempre individualizados como a complexidade do caso clínico, associação com outras doenças, época da idade gestacional e avaliação do bem estar-fetal.
“Os casos são avaliados gestante a gestante para termos uma resolução obstétrica no momento oportuno, visando o desfecho materno-fetal de forma mais satisfatória”, diz.
O risco de uma recorrência da pré-eclampsia em uma próxima gravidez é em torno de 14%. Em mulheres que desenvolveram pré-eclampsia nas duas primeiras gestações, cerca de 32% desenvolverão a doença novamente.
Conforme Toledo, nas mulheres que tiveram pressão arterial normal na primeira gestação e que desenvolveram pré-eclampsia na segunda gestação, a porcentagem de desenvolvimento é de 16% na terceira gestação e de 29% na quarta gestação.
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