A ocitocina é um hormônio feminino que desempenha um papel muito importante desde a concepção do bebê até o momento do parto, ela influencia a amamentação e mesmo a relação da mamãe com o bebê. Entre as principais funções deste hormônio, que é produzido naturalmente pelo nosso corpo, encontram-se: a geração das contrações do útero durante o trabalho de parto e a liberação do leite durante a amamentação. Por volta de 1950, a ocitocina foi sintetizada em laboratório por Vincent du Vigneaud e colaboradores, assim ela se tornou um medicamento muito útil que, apesar de suas desvantagens, sendo usado corretamente pode até mesmo salvar vidas.
As funções da ocitocina natural e da ocitocina sintética
A ocitocina não é o único hormônio presente durante o parto: um coquetel de hormônios é secretado pelo nosso corpo para nos ajudar a parir. Os hormônios presentes durante o parto são:
– A ocitocina;
– As endorfinas;
– Os hormônios que pertencem à família da adrenalina;
– A Prolactina;
A ocitocina é o hormônio responsável pelas contrações do útero durante o parto. Quando o trabalho de parto se inicia, a ocitocina está presente em pequenas quantidades e ela vai aumentando gradualmente ao longo do trabalho. Os níveis de ocitocina são geralmente muito elevados no momento do nascimento, o que promove uma sensação de euforia na mamãe e a ajuda a desenvolver um vínculo de apego com o seu bebê.
Outro aspecto positivo da presença de ocitocina em grandes quantidades no nascimento é que ela contribui para o reflexo de liberação da placenta após o parto e ajuda o útero a voltar à sua forma anterior, o que reduz o risco de sangramento.
Ao aumentar artificialmente a presença deste hormônio, o corpo reage como se fosse ele quem havia produzido e desencadeia o processo de parto. A ocitocina sintética também pode ser utilizada para estimular o trabalho de parto que os médicos julgam muito lento. Ele é administrado por via intravenosa quando a mulher está na sala de parto. Além disso, o hormônio sintético também pode ser usado para contrair o útero após o parto, em casos em que o sangramento está abundante, prevenindo hemorragias que poderiam levar a perda do útero e até a morte se não controladas.
Desvantagens da ocitocina sintética
No Canadá, mais de 37% das mulheres que procuram assistência médica para o parto solicitam a utilização do Pitocin, uma versão sintética da ocitocina. Apesar de ele imitar os benefícios da ocitocina, o Pitocin não produz exatamente os mesmos resultados que o nosso corpo pode fazer por si mesmo e pode, em alguns casos, criar problemas inesperados durante o parto. A sua utilização é ainda mais elevada no Quebec, onde mais de 40% das mulheres fazem dão a luz com ajuda da ocitocina sintética.
– A ocitocina sintética é administrada por via intravenosa, ela não chega ao cérebro e, portanto, não pode produzir os efeitos positivos de euforia no nascimento.
– A ocitocina sintética impede a secreção de endorfinas, os hormônios que ajudam a controlar a dor naturalmente.
– Como a ocitocina sintética não funciona tão bem como a ocitocina natural para dilatar o colo do útero, é preciso a utilização de uma maior quantidade para obter o mesmo resultado. Isso faz com que o parto seja mais difícil porque as contrações são mais fortes e duram mais.
– A ocitocina natural é secretada no corpo gradualmente e está em seu pico no momento do nascimento, o que ajuda a expulsar o bebê mais facilmente e rapidamente. Uma vez que a ocitocina sintética é administrada de forma constante, a mulher não pode desfrutar deste pico natural.
– A ocitocina sintética interfere com a secreção de ocitocina natural, o que pode fazer a ligação da mamãe com a criança mais difícil.
É importante saber que a ocitocina sintética é um medicamento e que, apesar de suas desvantagens, quando bem utilizado ele pode salvar vidas como, por exemplo, em trabalhos de parto que não se desenvolvem naturalmente. O mais importante é confiar no seu médico e fazer um acompanhamento completo da gravidez e do parto.
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