No Brasil, nota-se cada vez mais a presença de cigarros eletrônicos – produto lançado na Europa, virando rapidamente uma febre em diversos países, como a França. O cigarro eletrônico imita a sensação de fumar, oferecendo ao fumante uma dose diária de nicotina, mas evitando a inalação das 4,5 mil substâncias cancerígenas e nocivas à saúde. Esses aparelhos possuem diversos formatos e cores (todos assemelhando-se a uma caneta), são alimentados por uma bateria recarregável e simulam o fumo ao aquecer e vaporizar uma solução líquida contendo nicotina.
Na semana passada, um teste realizado por um cardiologista grego mostrou a segurança dos cigarros eletrônicos – aparelho sem tabaco que transporta a nicotina ao corpo sob forma de vapor – no fluxo sanguíneo, ao contrário dos cigarros convencionais.
A pesquisa de Konstantinos Farsalinos (Centro de Cirurgia Cardíaca de Onassis, em Atenas), apresentada no Congresso Europeu de Cardiologia, em Amsterdam, mostrou também a ausência de um aumento na taxa de monóxido de carbono no sangue dos fumantes do cigarro eletrônico, ao contrário dos fumantes de cigarros normais.
Publicado no dia 8 de setembro de 2013 na revista médica britânica The Lancet, um estudo realizado por Chris Bullen (Universidade de Auckland) mostra que “o cigarro eletrônico é comparável com o adesivo de nicotina para ajudar os fumantes a parar de fumar durante um período de pelo menos seis meses”. Na verdade, este teste, realizado em um total de 657 fumadores que desejam parar de fumar, mostra que o cigarro eletrônico possui uma eficácia um puco maior do que o adesivo, mas a diferença entre os dois métodos foi considerada “estatisticamente não significativa”. 7,3% dos fumantes que testaram o cigarro eletrônico durante 13 semanas conseguiu parar totalmente de fumar qualquer tipo de cigarro, contra 5,8% dos fumantes que usaram adesivos de nicotina.
Cigarro eletrônico: mais eficaz na redução do consumo
Contudo, o cigarro eletrônico tem se mostrado muito mais eficaz do que os adesivos de nicotina, quando se trata da redução do uso do tabaco entre os fumantes que não conseguiram parar completamente o cigarro convencional. 57% das pessoas que testaram o cigarro eletrônico conseguiram diminuir 50% ou mais o consumo de tabaco, enquanto apenas 41% dos fumantes que usam o adesivo de nicotina alcançaram o mesmo resultado.
Além disso, o cigarro eletrônico consegue “fidelizar” muito mais seus usuários do que o adesivo de nicotina: um terço das pessoas que testaram o cigarro eletrônico continuaram a usá-lo, contra apenas 8 % dos usuários do adesivo de nicotina. “Nossos resultados não mostram uma diferença muito clara entre o cigarro eletrônico e o adesivo quando se trata de parar de fumar, mas, aparentemente, os cigarros eletrônicos são mais eficazes para ajudar os fumantes a reduzir o consumo de tabaco”, explica o professor Bullen, em uma declaração à revista The Lancet.
Podemos confiar no cigarro eletrônico de olhos fechados?
Um recente estudo publicado na revista New England Journal of Medicine colocou em questão a tão divulgada segurança dos cigarros eletrônicos. Um dos pontos levantados pelos pesquisadores mostra que nos cigarros eletrônicos existem, mesmo em concentrações pequenas, traços de substâncias cancerígenas. Porém, ainda não se sabe qual seria o impacto dessas poucas substâncias na saúde dos fumantes eletrônicos, alguns anos apos a utilização do cigarro eletrônico.
O Ministério da Saúde francês está indeciso
A concentração de nicotina permitida no refil do cigarro eletrônico é limitada a 20 mg por ml, tal como solicitado pelo Parlamento Europeu, e a capacidade do cartucho será limitada a 2 ml. Além disso, os fabricantes terão de passar por um processo de pedido de autorização para disponibilizar o produto no mercado. A venda do cigarro eletrônico continuará proibida a menores de idade.
Por enquanto, o Ministério da Saúde francês mantém um silêncio muito surpreendente. Em maio do ano passado, o ministro francês declarou que “o cigarro eletrônico não é um produto banal”. Consequentemente, declarou: “devemos aplicar ao cigarro eletrônico as mesmas medidas aplicadas ao tabaco. Certificar que ele não possa ser fumado em locais públicos, que sua venda seja proibida a menores de 18 anos e que não haja nenhuma possibilidade de fazer publicidade do mesmo”.
Não deixe de assistir a esta reportagem feita pela Euronews sobre o cigarro eletrônico:
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