Clínica Geral

Quando seu corpo está contra você: conheça a Síndrome de Evans e saiba como tratá-la

Por Redação Doutíssima 18/04/2014

A Síndrome de Evans é uma doença autoimune rara, na qual o sistema imunológico produz anticorpos que atacam e destroem o próprio sangue. Ainda é uma incógnita para a classe médica o fator que a desencadeia. No entanto, já é de conhecimento científico quando a doença surge e o seu método de ação: anticorpos produzidos pelo organismo passam a atacar o fosfolipídeo, principal integrante das membranas celulares e responsável por controlar a entrada e saída de componentes da célula. Como consequência da agressão, ocorre um descontrole da célula.

síndrome de evans

Síndrome de Evans pode destruir células vermelhas. Foto: Shutterstock

Indivíduos portadores da Síndrome de Evans podem sofrer com a destruição de suas células brancas ou vermelhas, danificando toda a estrutura sanguínea. No caso de danos gerados às células vermelhas, ocorre uma redução nos seus níveis sanguíneos e o paciente desenvolve os sintomas típicos da anemia. Já quando a destruição das células ocorre nas plaquetas, o portador da doença fica mais vulnerável à formação de hematomas e sangramentos, o que, na ocorrência de um traumatismo craniano, pode provocar uma hemorragia cerebral fatal. Quando a porção branca do sangue é afetada pela patologia, o indivíduo se torna mais suscetível a infecções. Além disto, o seu sistema imunológico passa a apresentar uma maior dificuldade de recuperação.

Evolução da Síndrome de Evans

A evolução da Síndrome de Evans é inesperada e, em muitos casos, os episódios de grande destruição de células sanguíneas são seguidos de longos períodos de remissão. Por outro lado, alguns casos mais severos evoluem continuamente sem períodos de melhora do quadro. Torna-se importante lembrar, contudo, que os sintomas e a evolução desta doença são muito diferentes de caso para caso, dependendo da porção do sangue que sofre o ataque dos anticorpos. É comum que o portador da síndrome possa apresentar ainda outras doenças autoimunes, como o lúpus ou a artrite reumatoide. Também são constatados episódios de trombose, que pode surgir em qualquer parte do corpo e o AVC (Acidente Vascular Cerebral) se torna mais comum. A trombose também pode acometer veias superficiais. Outros sintomas são equimoses, púrpura, petéquias, sinais de anemia, fadiga, cefaleia e icterícia – a qual, neste caso, indica hemólise (destruição dos glóbulos vermelhos do sangue). Geralmente, a Síndrome de Evans é observada em mulheres com idade superior a 50 anos e o seu diagnóstico é obtido por meio de exames de sangue.

Tratamento

Apesar de não haver um tratamento que alcance a cura da Síndrome de Evans, se ela for descoberta de maneira precoce, é possível administrar uma medicação que ajude a prevenir o surgimento de novas ocorrências de trombose, um quadro recorrente em fase mais avançada da patologia. Com a doença controlada, o paciente e seu médico têm o desafio de monitorá-la para evitar o surgimento de novos episódios. Caso a síndrome atinja uma mulher que deseje engravidar, se faz necessário um acompanhamento minucioso durante o período gestacional. Por ele, entende-se desde a prática de exames de sangue regulares, como também o uso de medicação especial e a realização de ultrassonografias frequentes, para que o médico possa monitorar a saúde do feto e da mãe e, assim, evitar o aborto.

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